Evangelho segundo S. Lucas 1,26-38.
Naquele
tempo, o Anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia chamada
Nazaré, a uma Virgem desposada com um homem chamado José, que era
descendente de David. O nome da Virgem era Maria. Tendo entrado onde ela
estava, disse o Anjo: «Ave, cheia de graça, o Senhor está contigo». Ela
ficou perturbada com estas palavras e pensava que saudação seria aquela. Disse-lhe o Anjo: «Não temas, Maria, porque encontraste graça diante de
Deus. Conceberás e darás à luz um Filho, a quem porás o nome de Jesus. Ele será grande e chamar-Se-á Filho do Altíssimo. O Senhor Deus Lhe dará o
trono de seu pai David; reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu
reinado não terá fim». Maria disse ao Anjo: «Como será isto, se eu não
conheço homem?» O Anjo respondeu-lhe: «O Espírito Santo virá sobre ti e a
força do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Por isso o Santo que vai nascer
será chamado Filho de Deus. E a tua parenta Isabel concebeu também um filho
na sua velhice e este é o sexto mês daquela a quem chamavam estéril; porque
a Deus nada é impossível». Maria disse então: «Eis a escrava do Senhor;
faça-se em mim segundo a tua palavra».
Da Bíblia Sagrada -
Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Catecismo da Igreja Católica
§§ 490-493
«Salve, ó cheia de graça»
Para vir a ser Mãe do Salvador, Maria «foi
adornada por Deus com dons dignos de uma tão grande missão» (Vaticano II LG 56).
O anjo Gabriel, no momento da Anunciação, saúda-a como «a cheia de graça».
Efectivamente, para poder dar o assentimento livre da sua fé ao anúncio da sua
vocação, era necessário que Ela fosse totalmente movida pela graça de Deus.
Ao longo dos séculos, a Igreja tomou consciência de que Maria,
«cumulada de graça» por Deus, tinha sido redimida desde a sua conceição. É o que
confessa o dogma da Imaculada Conceição, proclamado em 1854 pelo Papa Pio IX:
«Por uma graça e favor singular de Deus omnipotente e em previsão dos méritos de
Jesus Cristo, Salvador do género humano, a bem-aventurada Virgem Maria foi
preservada intacta de toda a mancha do pecado original no primeiro instante da
sua conceição.»
Este esplendor de uma «santidade de todo singular»,
com que foi «enriquecida desde o primeiro instante da sua conceição» (LG 56),
vem-lhe totalmente de Cristo: foi «remida dum modo mais sublime, em atenção aos
méritos de seu Filho» (LG 53). Mais que toda e qualquer outra pessoa criada, o
Pai a «encheu de toda a espécie de bênçãos espirituais, nos céus, em Cristo» (Ef
1, 3). «Nele a escolheu antes da criação do mundo, para ser, na caridade, santa
e irrepreensível na sua presença» (Ef 1, 4).
Os Padres da tradição
oriental chamam ã Mãe de Deus «a toda santa» («Panaghia»), celebram-na como
«isenta de toda a mancha de pecado, visto que o próprio Espírito Santo a modelou
e dela fez uma nova criatura». Pela graça de Deus, Maria manteve-se pura de todo
o pecado pessoal ao longo de toda a vida.
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