PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR |
Um grupo de crianças brinca próximo a duas vias férreas. Uma das vias ainda está em uso e a outra está desativada. Apenas uma criança brinca na via desativada, as outras na via em atividade. O trem está vindo e você está exatamente sobre aquele aparelho que pode mudar o trem de uma linha para outra.
Você pode fazer o trem mudar seu curso para a pista desativada e salvar a vida da maioria das crianças. Mas isto significa que a criança solitária que brinca na via desativada, será sacrificada. Você deixaria o trem seguir seu caminho?
Você tem que tomar uma decisão! O trem não vai parar esperando por você! A maioria das pessoas escolherá desviar o trem e sacrificar só uma criança.
Você pode ter pensado da mesma forma: salvar a vida da maioria das crianças às custas de uma criança. Mas, você pensou que a criança que escolheu brincar na via desativada foi a única que tomou a decisão correta de brincar num lugar seguro? Justamente ela tem que ser sacrificada por causa de seus amigos imprudentes que escolheram brincar onde estava o perigo?!
E a solução? Este tipo de dilema acontece ao nosso redor todos os dias. No escritório, na comunidade, na política, na geração de filhos... E especialmente numa sociedade democrática, a minoria freqüentemente é sacrificada pelo interesse da maioria.
Por outro lado, se a via férrea tinha sido desativada, provavelmente não era segura. Se você desviou o trem para a outra via, colocou em risco a vida de todos os passageiros. Na tentativa de salvar algumas crianças sacrificando apenas uma, você pode acabar sacrificando centenas de pessoas.
Nós não podemos esquecer que decisões apressadas nem sempre levam ao lugar certo. O que é correto, nem sempre agrada a maioria... E o que é popular nem sempre é correto. Na prática: O tempo que se gastou na reflexão acima, seria suficiente para mandar todas as crianças afastar-se do perigo.
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