Evangelho segundo S. Lucas 11,5-13.
Naquele
tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Se algum de vós tiver um amigo e for
ter com ele a meio da noite e lhe disser: 'Amigo, empresta-me três pães, pois um amigo meu chegou agora de viagem e não tenho nada para lhe
oferecer', e se ele lhe responder lá de dentro: 'Não me incomodes, a porta
está fechada, eu e os meus filhos estamos deitados; não posso levantar-me para
tos dar'. Eu vos digo: embora não se levante para lhos dar por ser seu
amigo, ao menos, levantar-se-á, devido à impertinência dele, e dar-lhe-á tudo
quanto precisar.» «Digo-vos, pois: Pedi e ser-vos-á dado; procurai e
achareis; batei e abrir-se-vos-á; porque todo aquele que pede, recebe; quem
procura, encontra, e ao que bate, abrir-se-á. Qual o pai de entre vós que,
se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou, se lhe pedir um peixe, lhe
dará uma serpente? Ou, se lhe pedir um ovo, lhe dará um escorpião? Pois
se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o
Pai do Céu dará o Espírito Santo àqueles que lho pedem!»
Da
Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Simeão, o Novo Teólogo (c. 949-1022),
monge grego
Invocação do Espírito Santo, introdução aos hinos (SC 156)
«Quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo àqueles que Lho
pedem!»
Vem, luz verdadeira. Vem, vida eterna. Vem,
mistério escondido. Vem, tesouro inominável. Vem, realidade inexprimível. Vem,
pessoa inconcebível. Vem, felicidade sem fim. Vem, luz sem ocaso. Vem, espera
infalível de todos aqueles que virão a ser salvos. Vem, despertar dos que
adormeceram. Vem, ressurreição dos mortos. Vem, Poderoso, que continuamente
fazes e refazes e transformas tudo só com a tua vontade. […] Vem, Tu que
permaneces inalterável, e no entanto a cada instante Te pões inteiramente a
caminho para Te dirigires a nós, prostrados entre os mortos, estando Tu acima de
todos os céus. […] Vem, júbilo eterno. Vem, coroa imperecível (1Cor 9,25). Vem,
púrpura do grande Rei, nosso Deus. […] Vem, Tu que desejaste e desejas a minha
alma miserável. Tu, que és o só, vem ao solitário, pois, como vês, estou só. […]
Vem, Tu que por Ti mesmo Te tornaste o meu desejo, que me levaste a desejar-Te,
a Ti, o absolutamente inacessível. Vem, minha respiração e minha vida. Vem,
consolação da minha pobre alma. Vem, meu júbilo, minha glória, minha alegria sem
fim.
Eu Te dou graças por Te teres tornado um só espírito comigo
(Rom 8,16), sem confusão, sem alteração, sem transformação, Tu que és o Deus que
está acima de tudo, e de seres para mim tudo em todos (1Cor 15,28). […] Dou-Te
graças por Te tornares para mim luz sem ocaso, sol sem declínio, visto que não
tens onde Te esconder porque enches o universo com a tua glória. Não, nunca Te
escondeste a ninguém: somos sempre nós que nos escondemos de Ti, recusando-nos a
aproximar-nos de Ti. […]
Por isso vem, Mestre, faz hoje a tua tenda
em mim (Jo 1,14); faz a tua morada e habita em mim, teu servo, continuamente,
inseparavelmente, até ao fim, porque Tu és bom. E que também eu, ao partir deste
mundo, me encontre em Ti, ó bondade imensa, e reine contigo, Deus que estás
acima de tudo.
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