Evangelho segundo S. Lucas 6,1-5.
Num dia de
sábado, passando Jesus através das searas, os seus discípulos puseram-se a
arrancar e a comer espigas, desfazendo-as com as mãos. Alguns fariseus
disseram: «Porque fazeis o que não é permitido fazer ao sábado?» Jesus
respondeu: «Não lestes o que fez David, quando teve fome, ele e os seus
companheiros? Como entrou na casa de Deus e, tomando os pães da oferenda,
comeu e deu aos seus companheiros esses pães que só aos sacerdotes era permitido
comer?» E acrescentou: «O Filho do Homem é Senhor do sábado.»
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Catecismo da Igreja Católica
§§1166-1167
«O Filho do Homem é Senhor do sábado»
«Por tradição apostólica que remonta ao
próprio dia da ressurreição de Cristo, a Igreja celebra o mistério pascal todos
os oito dias, no dia que se denomina, com toda a propriedade, dia do Senhor ou
Domingo» (Vat II, SC 106). O dia da ressurreição de Cristo é, ao mesmo tempo, o
«primeiro dia da semana» (Jo 20,1), memorial do primeiro dia da criação, e o
«oitavo dia» em que Cristo, após o seu «repouso» do grande sábado, inaugura o
«dia que o Senhor fez», o «dia que não conhece ocaso» (Sl 117, liturgia
bizantina). A «Ceia do Senhor» (1Cor 11,20) é o seu centro, porque é nela que
toda a comunidade dos fiéis encontra o Senhor ressuscitado, que os convida para
o seu banquete (Jo 21,12; Lc 24,30).
«O dia do Senhor, o dia da
ressurreição, o dia dos cristãos, é o nosso dia. Chama-se dia do Senhor por isso
mesmo: porque foi nesse dia que o Senhor subiu vitorioso para junto do Pai. Se
os pagãos lhe chamam dia do Sol, também nós de bom grado o confessamos: porque
hoje se ergueu a luz do mundo, hoje apareceu o sol da justiça, cujos raios nos
trazem a salvação» (São Jerónimo; Mal 3,20).
O Domingo é o dia por
excelência da assembleia litúrgica, em que os fiéis se reúnem «para, ouvindo a
Palavra de Deus e participando na Eucaristia, fazerem memória da paixão,
ressurreição e glória do Senhor Jesus, e darem graças a Deus, que os "regenerou
para uma esperança viva pela ressurreição de Jesus Cristo de entre os mortos"»
(SC 106; 1Ped 1,3). «Quando meditamos, ó Cristo, nas maravilhas que tiveram
lugar neste dia de domingo da tua santa ressurreição, dizemos: Bendito o dia de
Domingo, porque nele teve início a criação [...], a salvação do mundo [...], a
renovação do género humano [...]. Foi nesse dia que o céu e a terra se
congratularam […]. Bendito o dia de Domingo, porque nele foram abertas as portas
do paraíso, para que Adão e todos os proscritos nele entrassem sem temor»
(liturgia siríaca de Antioquia).
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