PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR |
Seguindo
com alegria Cristo
Celebramos o início da Semana
Santa com a preparação ao Tríduo Pascal de Jesus no qual celebramos a Ceia, a
Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. O Domingo de Ramos é uma síntese deste
mistério mostrando a Paixão e a Glória de Jesus. A liturgia destes dias tem
origem em Jerusalém como podemos ler no “Diário de Etéria”, escrito do final do
século IV (380), que testemunhou esta liturgia. Esta tem caráter geográfico e é
celebrada onde aconteceram os fatos. Os evangelistas narram que Jesus veio de Betfagé,
no Monte das Oliveiras. Este monte é um local bíblico de grande importância.
Ali iniciou sua caminha final para a realização do desígnio do Pai. Ele é o
grande rei que vem tomar posse de sua cidade (Sl
47,3).
Apresenta-se na humilde, como diz Zacarias (Zc 9,10). O povo O
acolhe e coloca-Lhe mantos para que Ele passe. É uma entrada gloriosa. Jesus
aceita a glorificação do povo, mas a assume como serviço. Até hoje, a sofrida
Igreja de Jerusalém faz esta caminhada festiva. As orações da celebração conduzem
os fiéis a perceberem que a caminhada continua até à Jerusalém Celeste. Esta
glória prenuncia a glória da Ressurreição. O sofrimento de Cristo não é um fim de tudo,
pois Deus não O abandona no poder da morte, como anuncia Pedro no dia de
Pentecostes (At 2,31). A celebração lembra que não
podemos parar na morte. A liturgia de hoje ensina que Cristo continua entrando
para ser acolhido. O povo O aclama. A palavra “Hosana” significa – salvai-nos! Ele é rei aclamado até na cruz: rei dos
judeus. A antífona diz que as crianças cantavam. Infelizmente calaram a boca
das crianças na Igreja. O altar deve continuar a ser o colo da mãe Igreja para
as crianças.
Exemplo
de humildade
A Paixão é o momento em que
Cristo imprime em si com mais grandiosidade nossa humanidade realizando em Sua
vontade humana a vontade Divina. A segunda leitura, que é um hino da Igreja
primitiva, é uma profissão de fé em Jesus sofredor e glorioso. É o processo de
transfiguração da humildade à glória. O homem foi feito imagem e semelhança de
Deus. Na Encarnação que culmina na Paixão, Ele se faz imagem e semelhança do
homem escravo do pecado, servo sofredor na morte vergonhosa da cruz. Por isso
Deus o superexaltou. O nome que está acima de todo nome é a Sua Divindade. O
próprio nome de Jesus revela o Pai, Deus é salvação. Ele foi o cordeiro mudo.
Humilha-se e tem confiança no socorro de Deus. Como o Servo sofredor, cantado
por Isaias (Is 50,4-7) ouve a voz de
Deus e tem consciência de sua missão. Jesus em Seu sofrimento ouve a vontade do
Pai. Ensina-nos que a humildade é estar aberto a Deus cada manhã.
Não
calar a voz do povo
A entrada de Jesus em Jerusalém
foi um momento em que o povo pôde soltar a voz e acolher Jesus como o Messias:
“Bendito o que vem em nome do Senhor”... “Este é o profeta Jesus, de Nazaré da
Galiléia” (Mt 21,9.13). O povo escolhe
quem o salva. Não se pode dizer que na Sexta-Feira o mesmo povo o condena. Podemos
dizer que será ele a acolher as Palavras de Pedro no dia de Pentecostes. Deus
está do lado do povo e o leva a manter-se de cabeça erguida e ter autonomia de
sua consciência. Deus abre seus ouvidos para ouvir Sua voz. Como o Servo,
aprende com o sofrimento a confortar os que sofrem. O povo é solidário e socorre os abatidos. Por isso
resiste com a cabeça erguida. É pacífico e tem confiança que seu sofrimento não
é o fim, mas a passagem para a Glória.
Leituras: Mateus
21,1-11;Isaias 504-7;Salmo 21; Filipenses 2,6-11; Mateus 27,11-45
1.
O
Domingo de Ramos é uma síntese do Mistério Pascal celebrando a glória e a dor
da Paixão. A liturgia tem caráter geográfico, celebrada onde aconteceram os
fatos. O monte das Oliveiras é importante na Bíblia. Jesus vem na humildade
tomar posse de sua Cidade. As orações da celebração conduzem os fiéis à
Jerusalém Celeste. As crianças O aclamam.
2.
A
Paixão é o momento da maior manifestação da humanidade de Jesus. Ele se faz imagem
e semelhança do homem escravo do pecado, servo sofredor na morte vergonhosa da
cruz. Por isso Deus O exaltou. Humilha-Se e tem confiança em Deus. Ensina que a
humildade é estar aberto a Deus.
3.
A
entrada em Jerusalém foi o momento em que o povo pôde soltar a voz e acolher
Jesus como o Messias. O povo escolhe quem o salva. Deus está ao seu lado e o
leva a manter a cabeça erguida e ter autonomia de sua consciência. É pacífico e
tem confiança que seu sofrimento não é o fim,mas a passagem para a glória.
Há dores que vem para bem
É
fascinante contemplar a entrada de Jesus em Jerusalém. Ele era o Rei esperado.
Veio em nome do Senhor. O povo vibrou como se estivesse se libertando. Era o
Profeta prometido.
Mas
Jesus corresponde a outras esperanças. Ele é o Servo que vai sofrer pelo povo.
Assumiu completamente a condição humana a ponto de se sentir abandonado por
Deus em seu sofrimento. Rezou: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes”.
Ali, Nele, estava a humanidade dominada pelo mal.
Seu
sofrimento vem para o bem, pois Deus o ressuscitou. A jubilosa entrada se
concretiza na sua gloriosa ressurreição. Nós vamos nos alegrar com Ele, em
nossa coragem de segui-Lo até na morte.
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