sábado, 15 de fevereiro de 2014

REFLETINDO A PALAVRA - “Unção dos Enfermos – amor aos doentes”.

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR
Visitar os doentes, predileção de Jesus.
          A vida do cristão é um constante continuar a presença de Cristo no mundo com seu sentimentos e mentalidade, re-propondo nos mais diversos modos sua obra, sua missão e sua atenção para com todos. No Evangelho há uma predileção muito grande de Jesus pelo pobre e pequeno, de modo particular pelos doentes. A estes, Jesus dedica sua atenção, seus milagres e suas palavras de conforto. Jesus deixou que seu cuidado para com eles continuasse no mundo através de nós. É Jesus que continua a visitar, confortar, e curar os doentes. Não se negava a nenhum pedido e levantava-se imediatamente para curar e ressuscitar os mortos. Era uma presença de amor.
Um conforto na dor.
          A presença da vida e da missão de Jesus no mundo continua também através dos sacramentos. O que era visível em Jesus na sua vida terrena, é visível agora nos sacramentos, dizem os Santos Padres. Um destes sacramentos está a Unção dos enfermos, a mal afamada extrema unção, continua a missão redentora de Jesus para com os doentes. Este sacramento foi considerado como o anunciador do fim. Aliás havia a norma que ensinava dar este sacramento somente quando se tinha certeza e não se tinha mais esperança de que o quase defunto voltasse a viver. Eu mesmo vi esta cena, quando um padre caiu morrendo e o outro com o óleo na mão esperava que talvez pudesse reagir. Assim não daria a unção. É o que dizemos: quando o sujeito está no bico do corvo. Quando chegava o padre, o povo dizia: está mal, pois até o padre já veio. Não era este o pensamento de Jesus. Ele queria ajudar o doente. Para os mortos há outras rezas. A Unção dos doentes é o sacramento onde se manifesta o amor e o carinho para como doentes e moribundos. É Jesus, através da Igreja, que partilha da dor do doente, dá conforto e apoio. Este sacramento tem duas graças: perdão dos pecados e, se for da vontade de Deus, a cura corporal (e acontece muito – por isso é bom chamar o padre enquanto há chance de vida). Somente o sacerdote ou o bispo pode dar este sacramento. O diácono e o leigo não. Pena, pois, a maioria dos cristãos morre sem esse sacramento.
Sacramento na sua dimensão maior.

          Cada sacramento tem o seu ponto central. Mas tem também sua graça que se alarga e se torna um caminho para o povo de Deus. É instrutivo para nós que queremos agir como Jesus. Ele nos ensinou a amar e ter uma atitude de apoio e amparo para os doentes. Jesus disse: “estive doente e foste me visitar”. A visita ao doente é já parte deste sacramento. Vejamos o bem que fazem os ministros da Eucaristia, os ministros dos enfermos e os que ajudam nos hospitais, de modo particular a pastoral da saúde. Ali temos uma presença de Jesus que quer curar e dar a graça, mesmo não tendo o efeito sacramental. Você dá Jesus. Sinta-se próximo de cada doente em nome de Jesus, sendo sua presença. Sua oração com o doente e pelo doente tornam presente Jesus o médico divino. Dele saía uma força que curava a todos. De você sairá também esta força que cura e anima. Como via de regra, as pessoas idosas e doentes podem receber de quando em quando este sacramento. Quando se faz uma operação mais séria, também se deve receber. Mas não é uma bênção qualquer.

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