Evangelho segundo S. Marcos 6,1-6.
Naquele
tempo, Jesus dirigiu-Se à sua terra e os discípulos seguiam-n'O. Chegado o
sábado, começou a ensinar na sinagoga. Os numerosos ouvintes enchiam-se de
espanto e diziam: «De onde é que isto lhe vem e que sabedoria é esta que lhe foi
dada? Como se operam tão grandes milagres por suas mãos? Não é Ele o
carpinteiro, o filho de Maria e irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? E
as suas irmãs não estão aqui entre nós?» E isto parecia-lhes escandaloso. Jesus disse-lhes: «Um profeta só é desprezado na sua pátria, entre os seus
parentes e em sua casa.» E não pôde fazer ali milagre algum. Apenas curou
alguns enfermos, impondo-lhes as mãos. Estava admirado com a falta de fé
daquela gente. Jesus percorria as aldeias vizinhas a ensinar.
Da
Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Beato João Paulo II (1920-2005), papa
Exortação apostólica «Redemptoris custos», § 22 (trad. © copyright Libreria
Editrice Vaticana, rev)
A expressão quotidiana do amor na vida da
Família de Nazaré é o trabalho. […] Aquele que era designado como o «filho do
carpinteiro» tinha aprendido o ofício de seu «pai» putativo. Se a Família de
Nazaré, na ordem da salvação e da santidade, é exemplo e modelo para as famílias
humanas, é-o analogamente também o trabalho de Jesus ao lado de José, o
carpinteiro. […] O trabalho humano, em particular o trabalho manual, tem no
Evangelho uma acentuação especial. Juntamente com a humanidade do Filho de Deus,
ele foi acolhido no mistério da Incarnação e também foi como que redimido de
maneira particular. Graças à sua oficina, na qual exercitava o próprio ofício
juntamente com Jesus, José aproximou o trabalho humano do mistério da Redenção.
No crescimento humano de Jesus «em sabedoria, em estatura e em
graça» teve uma parte notável a consciência profissional, dado que «o trabalho é
um bem do homem», que «transforma a natureza» e torna o homem, «em certo
sentido, mais homem».
A importância do trabalho na vida do homem
exige que se conheçam e assimilem todos os seus conteúdos para ajudar os demais
homens a aproximarem-se, através dele, de Deus, Criador e Redentor, e a
participarem nos Seus desígnios salvíficos quanto ao homem e quanto ao mundo; e
ainda, a aprofundarem a sua vida e amizade com Cristo tendo, mediante a fé
vivida, uma participação no seu tríplice múnus: de Sacerdote, de Profeta e de
Rei. Trata-se, em última análise, da santificação da vida quotidiana, na qual
cada pessoa deve empenhar-se, segundo o próprio estado.
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