Evangelho segundo S. Marcos 8,14-21.
Naqule tempo,
os discípulos tinham-se esquecido de arranjar comida e só traziam um pão no
barco. Jesus começou a avisá-los, dizendo: «Olhai: tomai cuidado com o
fermento dos fariseus e com o fermento de Herodes.» E eles discorriam entre
si: «Não temos pão.» Mas Ele, percebendo-o, disse: «Porque estais a
discorrer que não tendes pão? Ainda não entendestes nem compreendestes? Tendes o
vosso coração endurecido? Tendes olhos e não vedes, tendes ouvidos e não
ouvis? E não vos lembrais de quantos cestos cheios de pedaços recolhestes,
quando parti os cinco pães para aqueles cinco mil?» Responderam: «Doze.» «E
quando parti os sete pães para os quatro mil, quantos cestos cheios de bocados
recolhestes?» Responderam: «Sete.» Disse-lhes então: «Ainda não
compreendeis?»
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos
Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Santa Gertrudes de Helfta (1256-1301), monja beneditina
Exercícios,
n° 5; SC 127
«Deus, meu Deus, procuro-Te desde a aurora»
(Sl 62,2 Vulg). […] Ó luz mui serena da minha alma, manhã resplandecente,
torna-Te em mim o nascer do dia; brilha sobre mim com tanta clareza que na tua
luz vejamos a luz (Sl 35,10). Que através de Ti a minha noite se transforme em
dia. Minha manhã muito amada, que por amor do teu amor eu despreze tudo o que
não és Tu. Visita-me desde a aurora para me transformares súbita e totalmente em
Ti. […] Destrói tudo o que é de mim; faz com que eu passe totalmente para Ti, de
modo que nunca mais me possa encontrar em mim durante este tempo limitado, mas
que fique estreitamente ligada a Ti para a eternidade. […]
Quando
serei saciada por beleza tão grande e tão brilhante? Ó Jesus, magnífica Estrela
da manhã (Ap 22,16), resplandecente de claridade divina, quando serei iluminada
pela tua presença? Esplendor tão digno de amor, quando me saciarás de Ti? Oh, se
aqui em baixo eu pudesse descobrir ao menos os raios delicados da tua beleza
[…], ter ao menos uma percepção da tua doçura e saborear-Te antecipadamente, a
Ti que és a minha herança de eleição (cf Sl 15,5). […] Tu és o espelho
resplandecente da Trindade Santa que é permitido aos puros de coração contemplar
(Mt 5,8): lá em cima face a face, cá em baixo apenas num reflexo.
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