Naquele tempo, levantou-se um doutor da lei e perguntou a Jesus para O experimentar: «Mestre, que hei de fazer para receber como herança a vida eterna?».
Jesus disse-lhe: «Que está escrito na lei? Como lês tu?».
Ele respondeu: «Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração e com toda a tua alma, com todas as tuas forças e com todo o teu entendimento; e ao próximo como a ti mesmo».
Disse-lhe Jesus: «Respondeste bem. Faz isso e viverás».
Mas ele, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: «E quem é o meu próximo?».
Jesus, tomando a palavra, disse: «Um homem descia de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos dos salteadores. Roubaram-lhe tudo o que levava, espancaram-no e foram-se embora, deixando-o meio morto.
Por coincidência, descia pelo mesmo caminho um sacerdote; viu-o e passou adiante.
Do mesmo modo, um levita que vinha por aquele lugar, viu-o e passou também adiante.
Mas um samaritano, que ia de viagem, passou junto dele e, ao vê-lo, encheu-se de compaixão.
Aproximou-se, ligou-lhe as feridas deitando azeite e vinho, colocou-o sobre a sua própria montada, levou-o para uma estalagem e cuidou dele.
No dia seguinte, tirou duas moedas, deu-as ao estalajadeiro e disse: "Trata bem dele; e o que gastares a mais eu to pagarei quando voltar".
Qual destes três te parece ter sido o próximo daquele homem que caiu nas mãos dos salteadores?».
O doutor da lei respondeu: «O que teve compaixão dele». Disse-lhe Jesus: «Então vai e faz o mesmo».
Tradução litúrgica da Bíblia
(1102-1173)
patriarca arménio
«Jesus, Filho único do Pai»,
Segunda parte, §§ 517-525; SC 203
Cura a minha alma com os remédios da vida!
De Jerusalém, o nosso Paraíso,
como Adão culpado,
desci à vil Jericó
e caí nas mãos dos bandidos.
Eles despojaram-me da luz
e cobriram minha alma com as feridas do pecado;
e não se foram embora, deixando-me meio morto,
mas, depois da morte, continuam a assaltar-me.
Moisés, o levita,
e Aarão, o sacerdote antigo,
e a nação do Grande Patriarca,
e os profetas da Lei Antiga,
todos viram as chagas do meu sofrimento incurável,
minhas terríveis feridas.
Mas, passando por elas o remédio das simples palavras,
não puderam curá-las.
A Ti, a quem chamou samaritano
a impudente raça judaica,
mostrarei os sofrimentos da minha alma,
a teus olhos divinos, que os veem.
Tem piedade de mim, como tiveste piedade de Adão,
aplica o remédio à ferida profunda da minha alma;
cobre-a com o meu primeiro manto,
de que os ladrões me despojaram.
Derrama sobre ela azeite e vinho,
o remédio vivificante do Espírito do alto,
dá de novo o Espírito da unção
e o cálice da Nova Aliança.
Leva-me ao monte da cruz,
leva-me para a pousada, para a Igreja.
Confia-me ao Sumo-sacerdote
que oferece o teu corpo em sacrifício.
Dá, em vez dos dois denários,
a palavra do Antigo e do Novo Testamento,
para com ela curar a minha alma,
como o corpo viverá do pão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário