quinta-feira, 12 de outubro de 2023

REFLETINDO A PALAVRA - “Sorriso de Mãe”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
SACERDOTE REDENTORISTA
NA PAZ DO SENHOR
Beleza que salva 
Celebramos a festa de N. S. Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil. Para essa festa nós acolhemos todos os sentimentos do povo de Deus, que tanto a ama. Isso podemos constatar pelos 8 milhões de peregrinos e 30 milhões de visitantes do site do Santuário. Além dessa palavra que é o coração do povo, a Palavra de Deus quer nos orientar na compreensão e na vivência da festa, a partir da celebração litúrgica. A imagem santa é um símbolo muito bonito: É uma imagem sorridente, que mostra uma beleza interior muito grande. Por que sorri? Porque ama seu povo. É a expressão da misericórdia de Deus. Maria é uma janela por onde Deus sorri a seu povo, com terna misericórdia. Ao lermos o livro de Ester podemos sentir o que significa Maria para o povo cristão. Ester se propõe a arriscar a própria vida para salvar seu povo. A rainha não podia, sob pena de morte, comparecer diante do rei sem ser chamada. Ester vai ao rei e o conquista com sua beleza e graça de mulher. Arrisca-se por seu povo e pede: “Se ganhei as tuas boas graças, ó rei, e ser for de teu agrado, concede-me a vida – eis o meu pedido – e salva o meu povo – eis o meu desejo” (Est 5,3). A beleza da rainha garantiu-lhe a vida e salvou o povo sentenciado à morte. Maria conquistou o coração de Deus pela sua humilde beleza, “pois Deus olhou a humildade de sua serva”; Canta o salmo 44: “Majestosa a princesa real vem chegando, vestida de ricos brocados de ouro”. Por sua graça conquistou a salvação do povo: “Ela dará à luz um filho e tu O chamarás com o nome de Jesus, pois ele salvará o seu povo dos seus pecados” (Mt 1,21). “Ele será chamado Filho do Altíssimo” por obra do Espírito Santo. 
Sorriso que anima 
O coração da liturgia é o evangelho que narra o milagre da transformação da água em vinho nas bodas de Caná (Jo 2,1-11). O texto tem ricos significados do novo Reino e da nova vida. O vinho novo inaugura a hora de Jesus em que ele manifesta seu poder para a fé. A presença de Maria é anotada com uma finalidade muito grande: a importância de sua presença no mistério da Redenção. Não sem razão Maria estava em Caná. A razão dessa presença feminina e materna de Maria é continuar sendo a expressão carinhosa de Deus que se preocupa com detalhes do cotidiano. Maria disse aos serventes, com um sorriso: “Fazei tudo o que ele vos disser”. Mostra bem o quanto Filho e Mãe se entendiam. Maria anima-nos a buscar no Filho o vinho novo, para que a festa do amor não termine. O amor que temos por Deus e pelas pessoas é o resultado da Redenção, adiantada por Maria. 
Coração da unidade 
A imagem de N. S. Aparecida é um ícone da nação brasileira. Traz em si as marcas das três raças que compõem nosso povo. Ela é negra de cor, traços brancos e cabelos de índio. Um povo a ser protegido. Maria estimula a nação a proteger seu filho pois há um dragão de maldade, injustiça e violência que o quer devorar. Na miscigenação das três raças, com características tão marcantes de persistência em viver, disposição de participar e de alegria festiva ao acolher. O texto da oração convida a realizar nossa vocação de paz e de justiça. Que esse símbolo da unidade nacional seja sempre uma bandeira a desbravar os sertões da maldade e a implantar uma pátria para todos os brasileiros. Maria sorri a seu povo e lhe dá esperança. Essa festa celebra o coração espiritual do povo brasileiro que tanto ama a Deus, ama Nossa Senhora e quer amar os irmãos de todas as raças e cores. Ela é um ícone do povo brasileiro.
Leituras:Ester 5,1b-2; 7,2b-3; Salmo 44; 
Apocalipse 12,1.5.13ª.15-16; João 2,1-11. 
1. Celebrando a festa de N. S. Aparecida, celebramos o coração de todo o povo de Deus que a venera e celebra. A imagem é sorridente. A liturgia reassume esse símbolo e indica que Maria é uma janela pela qual Deus sorri a seu povo. É o que lemos no livro de Ester que com sua beleza salva a si e a seu povo. Maria é a bela que atrai o coração de Deus que dá a salvação ao povo, pois seu Filho é o Salvador. 
2. Nas bodas de Caná Maria está presente. Não sem razão está ali. Ela, com sua presença feminina e materna, continua sendo a expressão carinhosa de Deus que se preocupa com o cotidiano da vida de seus filhos. Maria anima-nos a buscar no Filho o vinho novo, para que a festa do amor não termine. 
3. A Imagem de N. S. Aparecida é o ícone da nação brasileira. Traz em si as marcas das três raças que compõem o povo: negro, branco e índio. A leitura do Apocalipse mostra a mulher perseguida pelo dragão que quer lhe devorar o filho. Assim, Maria é modelo da nação que deve proteger seus filhos do dragão da maldade, da injustiça e da violência. O texto da oração nos dá a bandeira a desbravar o sertão da maldade e implantar uma pátria de paz para todos os brasileiros.
Mãe com “S” 
A Mãe Aparecida, Nossa Senhora, tem uma imagem interessante: é sorridente. Normalmente as imagens são sérias. Sorridentes são poucas. Esculpir um sorriso não é tão fácil. O artista que esculpiu a estátua de N. S. Aparecida tinha uma alma linda, pois conseguiu expressá-la na imagem pescada no rio, aquela que hoje está no altar. As leituras da liturgia da festa traduzem esse sentimento de doce ternura, terna misericórdia e compaixão. Ester tem compaixão de seu povo e assume o risco de vida para libertá-lo. Maria, nas bodas de Caná, está docemente preocupada com a situação dos noivos e com ternura pede a Jesus que resolva a situação. Ela continua sempre amorosamente sorridente ao romeiro que a visita em seu santuário. Precisamos de seu sorriso para ser mais ternos com as pessoas. Amar Nossa Senhora é ser um pouco do que ela é. Homilia da festa de N. S. Aparecida 
EM 12 DE OUTUBRO DE 2007 

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