É bom perceber a grandeza da participação-comunhão na Vida de Deus. As maravilhas de Deus se renovam em nossas vidas. Estamos em contínuo progresso espiritual. Este crescimento não é regular. Acontecem provas e tentações. Isso sim é normal acontecer. As provações indicam situações difíceis e dolorosas que atingem nossa fidelidade e coerência, deixando-nos expostos a desvios seja pela dificuldade de resistir, seja pela a atração por saídas mais cômodas. Às vezes a prova vem de dentro da Igreja. Há casos em que santos criaram dificuldades para outros santos. Por exemplo, S. Afonso deu um tremendo castigo a S. Geraldo por causa de uma falsa acusação que fizeram sobre este humilde irmão. Tudo na maior boa vontade de acertar. Pode-se encontrar um sacerdote que maltratou um fiel. Pode ocorrer um escândalo na Igreja que nos balança. S. Tiago nos advertiu: “Meus irmãos, tende por motivo de grande alegria passardes por tentações, pois a prova de vossa fé leva à perseverança” (Tg 1,2-3). Jesus passou pelas tentações, como contemplamos nas tentações no início de seu ministério. Elas não foram um fato ocasional e depois veio a paz. Em vida foi tentado pelo poder, pelo prazer e pela riqueza. Ele podia viver de milagres. Mas não os fazia para si, mas para os outros. A tentação vencida reforma em nós a disposição de viver mais intensamente. Ao sermos provados, entramos noite espiritual de que já falamos. Sofremos e nos é dada a capacidade de lutar e ser fiel.
Crises de crescimento
O que passamos não é só um fato a ser resolvido. É a prova de nossa fé e exercício para nossa fortaleza naquilo que nos é fundamental. Nesses momentos muitos naufragam. Deixam a Igreja, amaldiçoam Deus e a Igreja com seus ministros. Uma coisa é certa: a barca de Pedro, a Igreja, passa por tempestades. Quem não estiver firme vai para fora do barco. Pedro escreve: “Nisso deveis alegrar-vos ainda que agora, sendo necessário, sejais contristados por várias tentações, a fim de que a autenticidade comprovada de vossa fé... alcance a glória...” (1Pd 1,6-7). À medida que crescemos, passamos pelas diversas fases, como no crescimento da pessoa. A fé é diferente na criança, no jovem e no adulto. Muitos vivem uma fé muito infantil e não foram capazes de crescer. Crescer na fé é responder à chamada de Deus de acordo com a condição que vive. Se por um lado não podemos exigir acima das forças pois “ninguém, sendo tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus ... a ninguém tenta” (Tg 1,13). Por outro, é preciso estimular e propor este crescimento. “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca” (Mc 14,38). Vencedores, nós estaremos mais fortes contra as tentações e crises.
Não estamos sozinhos.
Jesus disse quanto era boa a presença dos discípulos: “Vós sois os que permanecestes comigo nas minhas provações” (Lc 22,28). Deste modo, tendo sido tentado entende e está presente em nossa tentação: “Porque não temos um sumo-sacerdote incapaz de compadecer-se de nossas fraquezas; pois Ele mesmo, foi provado (tentado), em tudo como nós, com exceção do pecado” (Hb 4,15). Quem não foi provado ou tentado, não oferece garantia de autenticidade nem de resistência. A força do mal e nossas paixões querem destruir a obra de Deus em nós. Quem quer vencer, firme-se em Deus, na oração, da devoção e no apoio dos irmãos na fé. Contamos com Espírito e a intercessão de Maria.
ARTIGO REDIGIDO E PUBLICADO
EM SETEMBRO DE 2010
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