sábado, 11 de dezembro de 2021

Beata Vilburga, Reclusa de São Floriano - 11 de dezembro

A figura desta Beata, uma vida de reclusa em extrema penitência, é difícil de ser compreendida pela mentalidade moderna voltada para uma liberdade e um prazer desenfreados. Vilburga (também conhecida como Wilburgis, Wilberg), que nasceu no território da Áustria atual, viveu durante quarenta anos em uma cela. Vilburga nasceu nas proximidades da Abadia de São Floriano. O pai, Henrique, morreu durante uma peregrinação a Jerusalém; ela foi educada sob os cuidados da mãe e da governanta. Aos 16 anos, com a amiga Matilde, fez uma peregrinação, longa e corajosa para aqueles tempos, sobretudo por uma jovem sozinha, a São Tiago de Compostela, na Espanha, uma das grandes metas de peregrinação na Idade Média. De volta a sua terra natal, a amiga Matilde desejava fazer com ela uma outra peregrinação, desta vez a Roma. Mas Vilburga já fizera uma escolha mais definitiva e completa de sua vida. Renunciando ao mundo, no dia da Ascenção de 1248, se fechou solenemente em uma cela junto à igreja dos Cônegos Regulares de Santo Agostinho de São Floriano. A Abadia de São Floriano era já renomada e ainda hoje sua fama persiste. Os eremitas daquele século escolhiam esta forma de isolamento, isolavam-se em pequenas construções erigidas no exterior dos conventos, mas bastante próximas para que eles usufruíssem da direção espiritual dos monges. Às vezes até monges do mesmo convento escolhiam esta forma de penitência para um período de maior mortificação e dedicação à ascese. Através de uma janela que defrontava na igreja conventual, Vilburga participava da liturgia dos monges. Sua amiga Matilde também tomou uma cela vizinha, num regime de semiliberdade, podendo providenciar mantimentos e fornecendo-os também a Vilburga. Esta vida de reclusa durou 40 anos, até sua morte. Ela só deixou sua cela uma vez, e por pouco tempo, quando em 1275, para fugir dos soldados de Rodolfo de Asburgo (1218-1291), imperador do Sacro Império Romano desde 1273, acompanhou os monges agostinianos na fuga para dentro dos muros da cidade de Enns, que tem o mesmo nome do rio que a atravessa, afluente do Danúbio. Pelos méritos de sua união com Deus, teve dons sobrenaturais, como a visão dos acontecimentos contemporâneos. Era tal sua fama de espiritualidade e vida interior, que leigos e religiosos, pecadores e pessoas piedosas, gente de todas as classes sociais, postavam-se diante da janela de sua cela para pedir conselhos e orações àquela mulher que era um exemplo de penitência. A fama de Vilburga ultrapassou os limites da Áustria, tendo sido convidada pela Beata Inês de Praga († 1282 ca.), depois por Catarina, sobrinha do Beato Gregório X, que a convidou a fundar um convento na Itália, mas em ambos os casos a Beata não quis abandonar sua cela, o silêncio e o recolhimento. Manteve uma correspondência epistolar com o célebre monge cisterciense Gustolfo de Viena. Com 56 anos morreu em sua cela, no dia 11 de dezembro de 1289. Foi sepultada na igreja do vizinho convento de São Floriano, onde ainda repousa em um sarcófago da cripta. O seu culto continuou ininterruptamente nestes séculos; peregrinos da Áustria e da Alemanha continuam a fluir para venerá-la. Já em vida foi considerada uma santa e no aniversário de sua morte uma Missa solene é celebrada, embora não tenha sido oficialmente beatificada pela Igreja. Sua vida foi inspiração literária de alguns escritores alemães.
Abadia de São Floriano, Áustria

     O mosteiro, que leva o nome de São Floriano, foi fundado no período carolíngio. Desde 1071, albergou uma comunidade de cônegos agostinianos e é, portanto, um dos mais antigos mosteiros em funcionamento do mundo, segundo a Regra de Santo Agostinho.

     Entre 1686 e 1708 o complexo do mosteiro foi reconstruído em estilo barroco por Carlo Antonio Carlone, cuja obra-prima é São Floriano. Após sua morte, Jakob Prandtauer continuou o trabalho. O resultado é o maior mosteiro barroco da Alta Áustria. Bartolomeo Altomonte criou os afrescos.

     A construção da ala da biblioteca começou em 1744, sob Johann Gotthard Hayberger . A biblioteca é composta por cerca de 130.000 itens, incluindo muitos manuscritos. A galeria contém numerosas obras dos séculos XVI e XVII, mas também algumas obras do final da Idade Média da Escola do Danúbio, em particular de Albrecht Altdorfer.

     Em 1827, o bibliotecário polonês Padre Josef Chmel encontrou um dos mais antigos artefatos literários poloneses, um manuscrito iluminado contendo os Salmos em latim, alemão e polonês no mosteiro. Por causa do local da descoberta, recebeu o nome de Saltério Sankt Florian e agora reside na Biblioteca Nacional da Polônia.

     Em janeiro de 1941, a Gestapo apreendeu as instalações e expulsou os monges. A partir de 1942, a Reichsrundfunkgesellschaft ("Sociedade de Rádio do Terceiro Reich"), sob o comando do diretor-geral Heinrich Glasmeier, operou a partir daqui. Os cônegos voltaram após o fim da guerra.

     As instalações agora também abrigam o Museu do Corpo de Bombeiros da Alta Áustria.

Basílica
     A igreja dos cônegos foi elevada à categoria de basílica menor em 1999. É dedicada a São Floriano e a Santo Agostinho.
     O Priorado de São Floriano possui dois órgãos, o maior dos quais é conhecido como "órgão de Bruckner" (Brucknerorgel) e contém quatro manuais, 103 pontos e 7.343 tubos. Foi tocada pelo compositor e organista Anton Bruckner, anteriormente um menino do coro do mosteiro, quando era organista, entre 1848 e 1855. Ele está enterrado sob o órgão dentro da igreja.
Coro de Meninos de São Floriano
     A Abadia de São Floriano também é conhecida pelo Coro de Meninos de S. Floriano ( St. Florianer Sängerknaben ), um coro de meninos fundado em 1071. Este coro tem sido uma parte tradicional do culto monástico desde a sua fundação. Ainda tem uma responsabilidade particular pela música sacra do priorado, mas agora também realiza digressões internacionais, aparições na televisão e produção de CDs.

 http://www.santiebeati.it/dettaglio/91825

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