PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA MISSIONÁRIO REDENTORISTA 53 ANOS CONSAGRADO 45 ANOS SACERDOTE |
A atmosfera do Natal reflete bem toda a temática litúrgica deste tempo: são gritos de alegria, luzes em profusão, sentimentos de uma alegria inexplicável. Mas é explicável, pois naquela noite, uma nova luz resplandeceu no mundo. O mundo, que estava nas trevas da calada noite e nas trevas de um mundo angustiado pelo vazio do paganismo e pelos sofrimentos da dominação romana, viu uma grande luz. Assim contemplamos o profeta Isaias em 60,1-6, que clama a Jerusalém “chegou a tua luz”. (Quanta luz a atual Jerusalém está precisando!). Este grito não é um fato passado, mas ressoa hoje também. Há trevas profundas nas mais diferentes situações em que vive nosso vibrante mundo. É um mundo que dá sinais de profundas esperanças e que busca com sinceridade o caminho para que sejam superadas todas as dores, todas as dominações, todos os sentimentos que cortam os corações. O profeta promete coisas bonitas que virão de longe. Haverá abundância! Os Magos, vindos do Oriente, são uma profecia para nós. Vieram seguindo a luz de uma estrela. Esta estrela era Jesus. O sentido de vida sábia que levavam foi suficiente para que encontrassem a Luz. Este é o estímulo que recebemos na festa do hoje: Um pouco de sabedoria, e a luz se fará.
Reino aberto a todos.
A figura destes sábios, um tanto exóticos, mas extremamente atraentes, é uma lição que ensina levar a luz aos outros. Estamos vivendo um tempo em que, apesar de todas as conquistas da ciência e da técnica, ainda se levantam muros da vergonha, apesar de ter um sido já destruído, outro se eleva, rasgando o coração da humanidade. Mas, é preciso profetizar. Os Magos vieram do mundo do paganismo. É sinal de que somos chamados a reconhecer que o “Reino”, anunciado e proclamado presente, está aberto a todos. Todos podem vir e “sentar-se à mesa do banquete que Deus oferece a todos os povos” (Is 25,6). Este é o grande segredo que Paulo revela na segunda leitura (Efésios 3,2-3a.5-6). Ninguém se sinta excluído. A porta está sempre aberta o tempo todo. As pessoas querem uma palavra de carinho e amor que se chama Reino de Deus.
Direito de anunciar a alegria.
Há umas dificuldades no anúncio da alegria do Reino: não temos direito de interferir nas outras culturas e outras histórias distintas da nossa com o anúncio de Jesus Cristo. Mas com isso perdemos o sentido da evangelização dos povos. Surge, porém, uma pergunta: será que vamos negar aos povos o direito que têm, mesmo sendo de uma cultura diferente, de conhecer a alegria que Jesus trouxe com sua pessoa e sua mensagem libertadora? Diferente é impor um sistema, uma cultura européia, um modelo ocidental. Mas a alegria que Jesus dá com sua pessoa cabe em qualquer coração. Assim, com entusiasmo, mais pela vida do que por palavras, levemos o sorriso de Deus a todos os povos. Tomemos o caminho de volta com os Magos, iluminados pela Luz que resplandecia nos braços de Maria.
Leituras: Isaias 60,1-6;
Efésios 3,2-3.5-6; Mateus 2,1-12
Homilia do domingo da Epifania (04.01)
EM JANEIRO DE 2004
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