segunda-feira, 18 de junho de 2018

REFLETINDO A PALAVRA - “O Espírito da Verdade”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA-REDENTORISTA
50 ANOS CONSAGRADO

Sob a ação do Espírito
               Continuamos no contexto da Santa Ceia, momento privilegiado no qual Jesus nos conduz ao coração de seu ensinamento que é a expressão de sua vida.  Podemos dizer que Jesus entrega ao Espírito a missão de comunicar a Vida: “Eu rogarei ao Pai e Ele vos dará outro Defensor para que permaneça sempre convosco... Ele permanece junto a vós e está dentro de vós” (Jo 14,16-17). Não ficamos órfãos, pois Ele vem a nós no Espírito que nos ensinará tudo e recordará o que Jesus disse (Jo 14,26). Ele é a força de vida que acompanha nas dificuldades os que creem e os faz crescer como Igreja; Ele é o Amor. Guardar os mandamentos de Jesus é permanecer em seu amor e ser amado pelo Pai. Dá-se então, a manifestação de Jesus: “Eu o amarei e Me manifestarei a ele” (21). Ele nos estimula a descobrir novos caminhos para a implantação do Reino de Deus. Quem não acolhe o movimento do Espírito perde a capacidade de crescimento. Vejamos quanta planta nova nasceu na Igreja depois que se abriram novos caminhos, como Filipe que anuncia na Samaria. É o caminho da Igreja. Sempre esteve presente no coração de seu povo. Assim que os samaritanos se convertem, vêm a eles Pedro e João para dar-lhes o Espírito Santo. Quem quer viver e anunciar o Evangelho encontra os caminhos. Vemos um grande crescimento do protagonismo dos leigos que, movidos pelo Espírito Santo, realizam maravilhas. O que nos deve mover não é uma ideia, mas ação do Espírito. Tudo que fazemos para o bem, Ele está presente como Dom. A fé permanece a mesma, mas sempre conduzida pela caridade que, na esperança, procura as novidades de Deus, como podemos ver nas atitudes de Papa Francisco e em todos os nossos cristãos dedicados.
Dar razões da Esperança
               Depois da morte de Estevão, desencadeou-se forte perseguição aos cristãos. Houve uma grande dispersão. Viver a fé com coerência sempre incomodará a sociedade avessa à fé. Por que tanta perseguição por grupos fundamentalistas e os ateus? Por que sabem que temos a verdade. Não basta tê-la, é necessário coerência com o mandamento. “Quem acolhe os meus mandamentos e os observa, esse Me ama”. Jesus garantiu aos discípulos que haveria perseguição e os convida a darem testemunho, mesmo no sofrimento da perseguição, como Ele sofreu e testemunhou. Sofrer por praticar o bem é estar unido a Ele. Sofreu a morte na existência humana, mas recebeu nova vida pelo Espírito (1Pd 3,18). Os sofrimentos de Cristo se manifestam no corpo da Igreja. Os fiéis receberão também a vida nova pelo mesmo Espírito que ressuscitou Jesus.
A vida coerente
               As orações da missa de hoje insistem na vida coerente: “A vida corresponda aos mistérios celebrados” e também: “Fazei frutificar em nós o sacramento pascal e infundi em nós a força desse alimento salutar”. Os sacramentos celebrados produzem nós os frutos. Como nos unem a Jesus, nos unem também a sua missão de serviço pela salvação. Páscoa bem vivida é Páscoa anunciada. O amor de Jesus é transformante. Não é possível dizer que crê em Jesus se não guarda seu mandamento de amor. Quem pratica o mandamento do amor, onde estiver, tem o Espírito de Deus. Viver o mandamento do amor no sofrimento e na perseguição é fazer como Jesus fez em sua paixão como cordeiro mudo diante da morte: “Dar razão da esperança, mas com mansidão e respeito e com boa consciência”. A Igreja da Cruz é a Igreja da Glória.  

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