PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA-REDENTORISTA 50 ANOS CONSAGRADO |
Sob a ação do Espírito
Continuamos
no contexto da Santa Ceia, momento privilegiado no qual Jesus nos conduz ao
coração de seu ensinamento que é a expressão de sua vida. Podemos dizer que Jesus entrega ao Espírito a
missão de comunicar a Vida: “Eu rogarei ao Pai e Ele vos dará outro Defensor
para que permaneça sempre convosco... Ele permanece junto a vós e está dentro
de vós” (Jo 14,16-17). Não
ficamos órfãos, pois Ele vem a nós no Espírito que nos ensinará tudo e
recordará o que Jesus disse (Jo 14,26). Ele
é a força de vida que acompanha nas dificuldades os que creem e os faz crescer
como Igreja; Ele é o Amor. Guardar os mandamentos de Jesus é permanecer em seu
amor e ser amado pelo Pai. Dá-se então, a manifestação de Jesus: “Eu o amarei e
Me manifestarei a ele” (21). Ele
nos estimula a descobrir novos caminhos para a implantação do Reino de Deus.
Quem não acolhe o movimento do Espírito perde a capacidade de crescimento.
Vejamos quanta planta nova nasceu na Igreja depois que se abriram novos
caminhos, como Filipe que anuncia na Samaria. É o caminho da Igreja. Sempre
esteve presente no coração de seu povo. Assim que os samaritanos se convertem,
vêm a eles Pedro e João para dar-lhes o Espírito Santo. Quem quer viver e
anunciar o Evangelho encontra os caminhos. Vemos um grande crescimento do
protagonismo dos leigos que, movidos pelo Espírito Santo, realizam maravilhas.
O que nos deve mover não é uma ideia, mas ação do Espírito. Tudo que fazemos
para o bem, Ele está presente como Dom. A fé permanece a mesma, mas sempre
conduzida pela caridade que, na esperança, procura as novidades de Deus, como
podemos ver nas atitudes de Papa Francisco e em todos os nossos cristãos
dedicados.
Dar razões da Esperança
Depois
da morte de Estevão, desencadeou-se forte perseguição aos cristãos. Houve uma
grande dispersão. Viver a fé com coerência sempre incomodará a sociedade avessa
à fé. Por que tanta perseguição por grupos fundamentalistas e os ateus? Por que
sabem que temos a verdade. Não basta tê-la, é necessário coerência com o
mandamento. “Quem acolhe os meus mandamentos e os observa, esse Me ama”. Jesus
garantiu aos discípulos que haveria perseguição e os convida a darem
testemunho, mesmo no sofrimento da perseguição, como Ele sofreu e testemunhou.
Sofrer por praticar o bem é estar unido a Ele. Sofreu a morte na existência
humana, mas recebeu nova vida pelo Espírito (1Pd 3,18). Os sofrimentos de Cristo se manifestam no corpo da
Igreja. Os fiéis receberão também a vida nova pelo mesmo Espírito que
ressuscitou Jesus.
A vida coerente
As
orações da missa de hoje insistem na vida coerente: “A vida corresponda aos mistérios
celebrados” e também: “Fazei
frutificar em nós o sacramento pascal e infundi em nós a força desse alimento
salutar”. Os
sacramentos celebrados produzem nós os frutos. Como nos unem a Jesus, nos unem
também a sua missão de serviço pela salvação. Páscoa bem vivida é Páscoa
anunciada. O amor de Jesus é transformante. Não é possível dizer que crê em
Jesus se não guarda seu mandamento de amor. Quem pratica o mandamento do amor,
onde estiver, tem o Espírito de Deus. Viver o mandamento do amor no sofrimento
e na perseguição é fazer como Jesus fez em sua paixão como cordeiro mudo diante
da morte: “Dar razão da esperança, mas com mansidão e respeito e com boa
consciência”. A Igreja da Cruz é a Igreja da Glória.
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