terça-feira, 15 de novembro de 2016

REFLETINDO A PALAVRA - “Santíssima Trindade, comunhão de amor!”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR
Uma fé para acolher
Após a celebração de Pentecostes, celebramos a festa da Santíssima Trindade. Há uma diferença entre estas festas: Naquela celebramos os mistérios de Cristo como acontecimento de salvação. Na festa da Trindade Santa, não celebramos um fato, mas uma verdade a ser crida e vivida. Em Jesus nos foi revelado este mistério. É a verdade fundamental de nossa fé. A Ssma. Trindade é o Mistério mais simples e mais compreensível de nossa fé. Em Deus não há complicação. Não é um mistério a se decifrar, mas para amar e participar. Esta celebração tem origem no século VII e foi estendida a toda a Igreja em 1334. A fé que nos foi dada por Jesus na existência de um Deus que é Pai, Filho e Espírito Santo, foi alvo de questionamentos a partir do século IV. Os concílios definiram qual era a fé. Esta é a fé de todas as Igrejas que se dizem cristãs. É justamente a fé na Trindade que unirá as ovelhas dispersas. Os textos bíblicos da liturgia possuem caráter vivencial; os textos oracionais são doutrinários e convidam à adoração. Reconhecemos a glória da Trindade e adoramos a unidade onipotente. Deus é maravilhoso na criação; Deus é rico em misericórdia enviando o Filho para salvar; Deus é benevolente dando o Espírito para nos sustentar no amor. O prefácio ensina que o Pai, o Filho e o Espírito são um só Deus. Cada Pessoa da Trindade tem sua missão na unidade das Pessoas. Rezamos: “Confessando nossa fé na verdadeira sempiterna Divindade, nós adoramos as três pessoas distintas, a sua essência única e sua igual majestade” Só compreendemos, quando acolhemos.
Uma fé a ser vivida
Deus nos deu a participar de sua vida como filhos, pois em Jesus participamos de sua Vida divina. Ele nos deu o Espírito para que possamos entrar na comunhão de amor que existe entre as três pessoas. “A prova de que somos filhos é que Deus enviou aos nossos corações o Espírito de Seu Filho que clama: Abba, Pai” (Gl 4,5). Vivemos a fé na Trindade não só como a aceitação de um dogma, mas como participação de sua Vida. Este é o caminho espiritual mais fecundo, aliás, o único possível na vida cristã. A revelação da Trindade Santa, Três Pessoas em um só Deus, não foi só para mostrar a identidade de Deus, mas sua Vida. Veio para comunicar-se e chamar à participação. Somos participantes da natureza divina (2Pd 1,4). A revelação de Deus e sua Vida é Sua proposta para que as pessoas vivam do mesmo modo, isto é, comunhão de amor. No livro da Sabedoria lemos: “Minhas delícias eram viver com os filhos dos homens” (Pr 8,31). Deus quer participar conosco como um Pai que se alegra e brinca com os filhinhos.
Comunhão de amor
               Reconhecemos a presença da Trindade na História da Salvação. Deus é fonte de vida e de comunhão. Se nos dá a vida é para que entremos em comunhão com Ele, e nossa comunhão é com o Pai e o Filho (1Jo 1,4). Essa comunhão se torna missão, como diz João: “Nós vimos e damos testemunho e vos anunciamos a Vida Eterna” (2). O amor que temos por Deus não nos decepciona, pois foi derramado em nós pelo Espírito (Rm 5,5). O Mistério é grande, mas é muito acessível aos pequeninos. Deus se manifesta para ser amado. Na precisa entender, basta abraçar o Pai querido. 

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