Emblema: Cajado pastoral
Martirológio Romano: Na Armênia, São Gregório, conhecido como o Iluminador, bispo, que depois de grandes esforços se retirou para uma caverna na confluência dos braços do rio Eufrates e aqui descansou em paz, depois de ter conquistado a reputação de apóstolo dos armênios.
Em Nápoles, no centro histórico existe uma rua hoje famosa em todos os roteiros turísticos, principalmente no período natalino, para a produção, exposição e venda dos "pastorinhos" e pequenas peças para o presépio, também assinadas por artesãos famosos; esta rua é via S. Gregorio Armeno, o título vem da igreja dedicada ao mesmo santo que se situa a meio caminho do percurso, antiga evidência da presença de monges orientais de 930, reconstruída em 1580 com grandes aplicações barroco-orientais.
Na mesma igreja, além de uma parte das relíquias do santo, o corpo de s. Patrizia, muito venerada pelo povo napolitano, a igreja e o convento adjacente com claustro artístico são mantidos desde o início do século XIX pelas Irmãs Crucificadas Adoradoras da Eucaristia.
São Gregório nasceu na Armênia por volta de 260, escapou do massacre de sua família ordenado pelo rei armênio Kosrov e criado por uma enfermeira cristã que o levou para Cesaréia da Capadócia, educado como cristão, casou-se com outra cristã Julitta com quem teve dois filhos, Aristakes e Verdanes, ambos mais tarde se tornaram santos.
Ordenado sacerdote em Cesaréia, ele se juntou à comitiva do príncipe herdeiro da Armênia Tiridates, no exílio após a morte violenta de seu pai Kosrov.
Após a campanha vitoriosa de Galério contra os persas (297), da qual Tiridates também havia participado, o imperador Diocleciano conseguiu reintegrar o príncipe Tiridates no trono armênio com a ajuda de suas legiões, Gregório o seguiu com toda a sua comitiva, mas quando esta, desejando celebrar seu retorno em uma cerimônia solene, quis oferecer incenso à deusa Anahita, cujo famoso santuário ficava em Eriza (Erzincan) em sua rota, Gregório se recusou a fazê-lo e, portanto, foi preso e torturado.
Ele teve quatorze tipos de torturas, uma mais cruel que a outra, finalmente Tiridates o trancou em uma famosa prisão na capital chamada Khor Virap (poço profundo), onde permaneceu por quinze anos, de 298 a 313, enquanto a perseguição contra os cristãos se intensificava. A conversão da Armênia ao cristianismo ocorreu após uma cura milagrosa pelo próprio rei Tiridates; tendo matado a virgem Hripsime junto com outros companheiros cristãos, ele adoeceu de tristeza porque se apaixonou por ela, mas ela não consentiu, sua doença é descrita como uma transformação em javali como aconteceu com o rei Nabucodonosor, pode-se deduzir que foi licantropia.
Na aflição geral da corte, a irmã do rei sonhou que o preso Gregório poderia curá-lo, libertou-o e o levou à corte, curou o rei e exortou ele e os príncipes a aceitarem a religião cristã catequizando-os por seis meses e obtendo sua conversão, a ponto de o rei ter destruído os ídolos e abolido o paganismo.
Ao mesmo tempo, Gregório transformou os templos em igrejas erguendo altares e cruzes, mas adiou sua consagração, bem como o batismo do rei, porque ele não era bispo. Por esta razão, Tiridates e os príncipes o elegeram como pastor supremo da Armênia e o acompanharam com um grande grupo de cavaleiros a Cesaréia da Capadócia para receber a consagração das mãos do bispo da metrópole Leôncio, que convocou o Sínodo de Cesaréia (314) no qual participaram vinte bispos, consagrou-o com grande alegria e festa de todos os presentes e do povo, para ele e pela conversão da Armênia.
Na viagem de volta, houve um confronto armado com a cidade ainda pagã de Astisat, onde Gregório tomou posse do antigo bispado vago devido a perseguições; nas margens do Eufrates, ele batizou muitos príncipes e soldados e o próprio rei, sua esposa e sua irmã, que vieram ao seu encontro.
Gregório organizou o renascimento da Igreja Armênia consagrando e enviando novos bispos e padres para as dioceses renascidas, seus dois filhos Aristakes e Vertanes, que permaneceram em Cesaréia foram chamados ao pai para ajudá-lo, embora relutantes porque se dedicavam ao caminho do anacoreta, Aristakes foi nomeado seu auxiliar e quando Gregório alternando seu ofício como bispo com períodos de retiro em eremitério, ele o substituiu no governo da diocese, mas morreu antes de seu pai, enquanto seu irmão Vertanes sucedeu ao cargo após a morte de Gregório.
A 'Vida' também fala de uma viagem de Gregório feita junto com Tiridates a Roma para visitar o imperador Constantino e na ocasião ele também se encontrou com o Papa Silvestre, de quem se diz que ele teve o privilégio do título de patriarca do Oriente. A Igreja arménia, apesar de muitas vicissitudes e perseguições, sendo a última a do regime soviético, sempre foi fiel a Roma, dando à Igreja figuras de santos e mártires e uma fé genuína num contexto muito influenciado e contestado pelas Igrejas ortodoxas.
Gregório morreu por volta do ano 328 enquanto estava em um eremitério e foi enterrado em sua fazenda em Thordan, uma vila na região de Daranalik'
Seu nome é frequentemente lembrado nas orações litúrgicas e durante a Santa Missa, a Igreja Armênia dedica três festas litúrgicas ao seu santo "Iluminador". No calendário de mármore de Nápoles esculpido no século IX, seu nome aparece nos dias 2 e 3 de dezembro, suas relíquias estão espalhadas em todos os lugares que mais o veneram, o crânio está em Nápoles, outros em Nardò, alguns estavam em Constantinopla, mas o mais famoso "braço direito de Gregório" está na Armênia e com ele todos os 'Katholicos' escolhidos são abençoados.
Autor: Antonio Borrelli
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