Evangelho segundo São Marcos 4,26-34.
Naquele tempo, disse Jesus à multidão: «O Reino de Deus é como um homem que lançou a semente à terra.
Dorme e levanta-se, noite e dia, enquanto a semente germina e cresce, sem ele saber como.
A terra produz por si, primeiro a planta, depois a espiga, por fim o trigo maduro na espiga.
E quando o trigo o permite, logo se mete a foice, porque já chegou o tempo da colheita».
Jesus dizia ainda: «A que havemos de comparar o Reino de Deus? Em que parábola o havemos de apresentar?
É como um grão de mostarda, que, ao ser semeado na terra, é a menor de todas as sementes que há sobre a terra;
mas, depois de semeado, começa a crescer e torna-se a maior de todas as plantas da horta, estendendo de tal forma os seus ramos que as aves do céu podem abrigar-se à sua sombra».
Jesus pregava-lhes a palavra de Deus com muitas parábolas como estas, conforme eram capazes de entender.
E não lhes falava senão em parábolas; mas, em particular, tudo explicava aos seus discípulos.
Tradução litúrgica da Bíblia
(1581-1660)
Presbítero, fundador de comunidades religiosas
Entrevistas; conselho a A. Durand
«A que havemos de comparar o Reino de Deus?»
Não tenhais a paixão de parecer superior, nem mestre. Não estou de acordo com uma pessoa que me dizia há uns dias que, para bem dirigir e manter a autoridade, tinha de fazer ver que era superior. Meu Deus! Não foi assim que Nosso Senhor Jesus Cristo nos falou, pelo contrário: Ele ensinou-nos, com a palavra e com o exemplo, que Ele próprio não veio para ser servido, mas para servir os outros, e que aquele que quiser ser o primeiro deve ser o servo de todos (cf Mc 10,44-45).
Por isso, entregai-vos a Deus e falai segundo o espírito humilde de Jesus Cristo, confessando que a vossa doutrina não é vossa, mas do Evangelho. Imitai a simplicidade das palavras e das comparações que Nosso Senhor fazia na Sagrada Escritura, falando ao povo. Que maravilhas não podia Ele ensinar ao povo! Que segredos não teria Ele sido capaz de desvendar sobre a divindade e as suas admiráveis perfeições, Ele que era a Sabedoria eterna do Pai! No entanto, vede como fala de forma inteligível, como recorre a comparações familiares: um trabalhador, um vinhateiro, um campo, uma vinha, um grão de mostarda. Assim é preciso que faleis vós também, se quiserdes fazer-vos entender pelo povo a quem anunciais a palavra de Deus.
Outra coisa à qual deveis dar uma atenção muito particular é ter uma grande dependência em relação à conduta do Filho de Deus; antes de agir, fazei esta reflexão: «Isto está de acordo com as máximas do Filho de Deus?». Se achardes que está, dizei: «No momento certo, fá-lo-ei»; se não, dizei: «Não o farei nunca». Mais, quando tiverdes oportunidade de fazer uma boa obra, dizei ao Filho de Deus: «Senhor, se estivésseis no meu lugar, como faríeis nesta ocasião? Como instruiríeis o povo? Como consolaríeis este doente do espírito ou do corpo?» Procuremos fazer que Jesus Cristo reine em nós.
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