O tempo pascal conduziu-nos a um conhecimento maior do Espírito Santo em união a Cristo. Temos que estar atentos para não perder de vista a unidade do Mistério Pascal de Cristo. Neste Mistério encontramos o Pai, o Filho e o Espírito, sempre em uma ação de Trindade. Quem morre na Cruz é o Filho. Quem é dado aos discípulos é o Espírito. Mas, Jesus na Cruz, dando um alto brado, expirou (Jo 19,30), dizemos, deu o Espírito. É uma morte que dá vida. Jesus sopra sobre os discípulos no dia da Páscoa, “soprando sobre eles disse: ‘Recebei o Espírito Santo!”’(Jo 20,22). No dia de Pentecostes, os discípulos recebem o Espírito como plenitude de toda obra de Cristo. O que fará Ele? “O Paráclito, Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos disse” (14,26). O Espírito é a memória sempre atual de tudo o que Cristo quer nos ensinar. O Espírito abre a mente para que conheçamos Cristo, pois Ele é o “Espírito da Verdade”. A Verdade é Jesus, pois diz: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14,6). Conhecer a Verdade é receber em nossa inteligência a compreensão da pessoa de Jesus como Vida. O Espírito abre para nós o caminho para ir pelo Caminho, Jesus. Pela fé que nos é dada pelo Pai, entendemos quem é Deus e seguimos o primeiro mandamento: “Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, com toda atua força” (Dt 6,4). Aberta a mente, ouvimos a Palavra, como Palavra de Deus. O Espírito nos abre a mente “para compreender qual é a largura e comprimento e a altura e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo que excede a todo o conhecimento, para que sejais plenificados com toda a plenitude de Deus” (Ef 3,18). Conhecemos com o conhecimento espiritual.
Espírito Santo abre o coração
A obra da Redenção se atua no mundo como amor misericordioso, pois é ação do Espírito que é o Amor. Esse “amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5,5). Esse amor que gera comunhão (2 Cor 13,13), torna-se para nós um modo de vida. Viver no Espírito é amar como Jesus amou. A vida de Jesus foi completa doação, por isso, amor é doação. Os exemplos da vida de Jesus foram sempre cobertos de amor em todas as dimensões: nos milagres, nas palavras, em seus gestos, em suas palavras e em sua vida entregue para a redenção. Tudo foi amor. O Espírito que nos é dado nos abre ao amor. Sem viver no amor, não podemos dizer que vivemos em Deus. O Espírito de amor nos faz amar o Pai e a amar os irmãos. Paulo pergunta: “Como vai amar a Deus que não vê, se não ama o irmão que vê?” (1 Jo 4,20). Aberta nossa mente, o Espírito nos abre ao amor a Deus e ao irmão.
Espírito Santo abre nossas mãos
O amor ,que o Espírito nos concede como dom, não é um puro sentimento, mas é uma atitude permanente de vida. O anúncio do ministério de Jesus em Nazaré culminou com a expressão fundamental: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para anunciar boas novas aos pobres; Enviou-me para proclamar libertação aos cativos, e aos cegos a restauração da vista, e restituir a liberdade aos oprimidos” (Lc 4,18). Todo dom do Espírito funde-se no amor, pois a manifestação do Espírito é para o bem comum (1Cor 12,7) . O amor tem que ocupar o coração e as mãos. Quem ama cumpre a lei de nossa fé. O amor permanece para sempre. Sabemos que o caminho do Céu que é feito no Espírito passa pelo amor concreto.
ARTIGO REDIGIDO E PUBLICADO
EM MAIO DE 2008
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