sexta-feira, 7 de junho de 2019

REFLETINDO A PALAVRA - “Permanecei firmes”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA-REDENTORISTA
51 ANOS CONSAGRADO
43 ANOS SACERDOTE
Não vos preocupeis 
Depois de ensinar os discípulos no caminho para Jerusalém, Jesus dedica-se ao chamado discurso escatológico, isto é, trata das questões do fim dos tempos, referindo-se à destruição de Jerusalém e sua vinda. E adianta: as vítimas mais procuradas serão os discípulos. Primeiramente demonstra a situação da destruição do templo do qual não ficará pedra sobre pedra. Como os sinais se voltam sempre para a vinda do Messias no fim dos tempos, os discípulos perguntam pelo tempo de sua vinda. O tempo é de Deus. Nesse período aparecerão muitos falsos profetas que pretenderão ser o Messias, isto é, a resposta para tudo. Sempre há gente querendo se passar por mestre de todas as coisas e enganam o povo. Anuncia tempos difíceis de guerras e revoluções e desastres da natureza. Mesmo com o pavor que provocarão, Jesus insiste que não devem ficar apavorados. Tudo isso deve acontecer. E tem acontecido sempre. Quando alguém diz que o tempo chegou, é preciso não ter medo, pois os tempos de Deus são outros. Sempre aconteceram esses sinais pavorosos e essas intermináveis guerras, e o fim não chegou. É sinal que devemos entender no sentido figurado, isto é, no gênero literário apocalíptico que tem um sentido mais amplo. A bíblia tem muitos modos de dizer as verdades. Se não entendermos o gênero literário, isto é, a linguagem, podemos aprender e ensinar coisas erradas. Isso é fundamentalismo tão ruim quanto à negação da verdade. 
Ocasião para testemunhar a fé 
Juntamente com os sinais pavorosos da natureza, Jesus alerta sobre a perseguição aos discípulos; “Antes que estas coisas aconteçam, sereis presos e perseguidos... por causa de meu nome” (Lc 21,12). A perseguição aos discípulos é continuação da perseguição e da recusa sofridas por Jesus. Simeão profetizara: “Este Menino será sinal de contradição” (Lc 2,34). Disse ainda no caminho para o Calvário: “Se assim fazem com o lenho verde, o que não farão ao seco?” (Lc 23,31). A perseguição é uma constante na Igreja durante todos os séculos, principalmente agora. Devemos reconhecer que não se persegue ao discípulo. Mas o Mal que atingir o Mestre na pessoa dos discípulos. Jesus garante a força e a resistência: “Mas vós não perdereis um só fio de cabelo de vossa cabeça. É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida” (Lc 21.18-19). Não está excluído que poderemos ser mortos, mas temos a recompensa da Vida. E “Será ocasião em que testemunhareis a vossa fé” (Lc 21,13). Somos chamados pelo salmo a esperar alegremente. Acolher a vinda do Senhor (Sl 97). O profeta Malaquias garante que depois de toda a conturbação no Dia do Senhor, não há destruição para o discípulo: “Para vós que temeis o meu nome, nascerá o sol da justiça, trazendo a salvação em suas asas” (Ml 3,20ª).
Transformar o mundo 
 A esta espera no meio de tanta dificuldade, Paulo nos dá um conselho muito prático. Como não sabemos quando o Senhor virá, não podemos fazer a opção pela preguiça e desocupação. Ele mesmo dá o exemplo não sendo pesado para a comunidade e suprindo suas necessidades com o trabalho com esforço e cansaço dia e noite para não ser pesado a ninguém... em nome de Jesus Cristo ordenamos a que, trabalhando, comam na tranqüilidade o seu próprio pão” (2Ts 3,8ss). Desse modo, a vinda do Senhor não é um terror, mas a construção de uma vida tranqüila, segura e frutuosa na expectativa. Não basta a fé, é preciso a caridade operosa”. A fé sem obras é morta.

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