O tempo do
Advento recorda-nos as duas vindas do Senhor: A vinda na Glória no fim dos
tempos e a vinda na carne, no Natal. Acolher como juiz é assustador; como uma
criancinha, é consolador. O Natal revela o amor do Juiz que vai nos julgar. Não
há que temer um Deus que vem para amar e dar o prêmio. Rezamos no salmo: “O
Senhor nos dará tudo o que é bom” (Sl 84,13). A grande
revelação do Advento é o amor que se comunica. Assim está escrito numa igreja
de Cefalú - Sicília: “Feito homem, o Criador dos homens, julga os humanos com o
coração de Deus”. É tempo de espera e de expectativa, pois Deus vem ao encontro
de seu povo. O profeta Isaias, começa o capítulo quarenta com as palavras:
“Consolai o meu povo, consolai-o!” (Is 40,1). Essa consolação
é o conforto que o povo recebe depois de um duro exílio de 598 a 538 AC. na
Babilônia. O profeta acrescenta que Deus pagou em dobro a culpa do povo. A vinda de Deus para levar o povo de volta
será manifestação de sua Glória. Por isso diz: “Preparai no deserto o caminho
para o Senhor”. O povo passou por uma terrível situação de ser levado para o
exílio e ter sua nação destruída. Por outro lado foi um momento de
amadurecimento da fé. Pode conhecer quem era o Deus a quem havia desobedecido,
destruindo a capacidade de ouvi-lo e acolher sua presença. Agora saberá que o
mesmo Deus que castigou é o que salva com a abundância de sua generosidade. Ele
o conduzirá como um pastor a seu rebanho.
Preparai
o caminho do Senhor!
João veio como mensageiro,
preparar o caminho para a chegada do Messias. Aplica a si as profecias de
Isaías a respeito da libertação do exílio. O Advento, como preparação da vinda
do Senhor, tanto no fim dos tempos como no nascimento em Belém, fazem parte de
uma dimensão da fé: Deus vem sempre ao nosso encontro. Por isso é preciso
esperar com grande expectativa e preparar os caminhos. Haverá sempre uma
transformação. Esperamos novos céus e nova terra onde habitará a justiça. João
é um modelo para todos. Preparar os caminhos será realizar a transformação das
atitudes e a transformação das estruturas. Essa transformação acompanha a luta
para viver uma vida sem mancha, como nos ensina Pedro (2Pd
3,14).
Pedimos ao Pai na celebração que “nenhuma atividade terrena nos impeça de
correr ao encontro do Filho.... Instruídos pela sabedoria, participemos de sua
vida (Oração). Os próprios sacramentos são uma escola
para a preparação da vinda do Senhor: (Pós
comunhão).
A vida em comunidade está na expectativa da vinda do Senhor e prepara seu
Natal. Ela é a realização e o modelo do novo modo de viver.
Preparar a vinda do Senhor
Cada um veja o que fazer para ver
que entrou no espírito do Advento. É preciso uma ação que justifique que
estamos esperando a vinda do Senhor. O espírito que deve nos animar é a atitude
de Deus que consola seu povo em seu sofrimento. Consolar não é acariciar, mas
abrir caminhos, tirar as asperezas. O salmo nos convida a mostrar sua
misericórdia. Sua bondade fala de paz, de verdade e de amor que se encontram,
justiça e paz que se abraçam. A terra sentirá sua bondade nas boas colheitas,
como rezamos no salmo. Imploramos na Pós-Comunhão: “Nós vos suplicamos, ó Deus,
que pela participação na Eucaristia, nos ensineis a julgar com sabedoria os
bens terrenos e colocar nossas esperanças nos bens eternos”. A Palavra de Deus
rezada nos instrui.
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