A
vinha era parte da vida do povo e imagem muito usada pelos profetas para dizer
que o povo era a vinha de Deus que dela cuidava com carinho. Isaias afirma que
“a vinha do Senhor é a casa de Israel” (Is 5,7). E os pecados do povo significavam a falta de
correspondência. O profeta afirma que, apesar do cuidado, a vinha não produziu
bons frutos. Então vai virar pasto. Deus cuidou muito do povo com sua vinha.
Mas este não deu frutos: “Espereis a prática da justiça e eis o sangue
derramado; esperei a retidão e eis os gritos de pedido de socorro” (id). Jesus aplica
este texto do profeta fazendo uma parábola. Está em diálogo com os chefes da
religião, os sumos sacerdotes e os anciãos. Usa a imagem da vinha e acusa os
chefes de darem a Deus os frutos da vinha. Eles se fizeram seus donos e, pior:
mataram os que cobraram os frutos, isto é, os profetas. E agora querem matar o
Filho Jesus. Matam o filho fora da vinha e Jesus fora da cidade, como foi
morto. O que vai acontecer? A vinha será tirada deles e dada a outros. Os
outros nessa parábola são os pagãos convertidos que eram recusados pelos judeus
que acreditaram em Jesus. A vinha agora é o Reino de Deus. Foi dado aos pagãos
que deram frutos para Deus. Por isso Jesus se coloca como a pedra rejeitada que
se tornou pedra angular, suporte de toda a construção. Essa parábola é
aplicável hoje. Os responsáveis do povo de Deus, tanto bispos e padres como
leigos e mesmo os donos da sociedade. Quem sabe, o afastamento de tanta gente
da fé, das Igrejas não seja a mesma situação? Nós nos fizemos donos e não
deixamos o povo produzir. Fizemos uma Igreja a nosso modo e não seguimos o
projeto de Jesus. Esta parábola se dirige às autoridades da Igreja. É bom um
exame de consciência.
Deus espera frutos
“O
Reino vos será tirado e dado a um povo que produzirá frutos” (Mt 21,43). Vemos que em
muitos países católicos se tornaram ateus. Resultado: Deus passará a vinha a
outras que lhe entreguem os frutos. Países distantes têm um grande crescimento
da fé. Esse risco, correm todos os grupos cristãos: católicos, crentes e
ortodoxos. O fruto que Deus pede é o acolhimento do Reino de justiça e obras de
bondade, o Evangelho da caridade. A prática religiosa tem que caminhar junto
com a justiça e a retidão. Foi essa a pregação dos profetas. Jesus continua
insistindo que Ele é o Filho que entregou ao Pai os frutos da vinha. “Pedra
rejeitada pelos construtores se tornou pedra angular” (Is. 28,16/ Mt 21,42). O povo de Israel
é a vinha que Deus cuidou com carinho. Os dirigentes tomaram posse, negando os
frutos a Deus. Aqui entendemos o texto conhecido que teremos em breve: “Dai a
Cesar o que é de Cesar e a Deus o que é de Deus” (Mt 22,15-22). A Deus pertence a soberania.
Praticai o que aprendestes
Paulo
encerra a epístola aos Filipenses insistindo que traduzam na prática das
virtudes que aprenderam. O povo, como a vinha, deve produzir frutos, sob a orientação
dos dirigentes. Centrar o pensamento e a vida no mais importante que é a
abertura ao Reino. Dele aprenderemos o que devemos fazer para dar os frutos a
Deus. Jesus insiste sobre isso durante a última Ceia: “Não fostes vós que me
escolhestes, mas fui Eu que vos escolhi e vos designei para irdes e produzirdes
frutos e para que o vosso fruto permaneça” (Jo 17 15,16). Paulo escreve: “Ocupai-vos com
tudo o que é verdadeiro, respeitável, justo, puro e amável, honroso, tudo o que
é virtude ou de qualquer modo mereça louvor” (Fl 4,8). Na Eucaristia aprendemos a centrar
a vida em Cristo, pedra angular. Damos frutos a Deus.
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