segunda-feira, 6 de agosto de 2018

EVANGELHO DO DIA 6 DE AGOSTO

Evangelho segundo S. Mateus 17,1-9. 
Naquele tempo, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, seu irmão, e levou-os, em particular, a um alto monte e transfigurou-Se diante deles: o seu rosto ficou resplandecente como o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz. E apareceram Moisés e Elias a falar com Ele. Pedro disse a Jesus: «Senhor, como é bom estarmos aqui! Se quiseres, farei aqui três tendas: uma para Ti, outra para Moisés e outra para Elias». Ainda ele falava, quando uma nuvem luminosa os cobriu com a sua sombra, e da nuvem uma voz dizia: «Este é o meu Filho muito amado, no qual pus toda a minha complacência. Escutai-O». Ao ouvirem estas palavras, os discípulos caíram de rosto por terra e assustaram-se muito. Então Jesus aproximou-Se e, tocando-os, disse: «Levantai-vos e não temais». Erguendo os olhos, eles não viram mais ninguém, senão Jesus. Ao descerem do monte, Jesus deu-lhes esta ordem: «Não conteis a ninguém esta visão, até o Filho do homem ressuscitar dos mortos».
Tradução litúrgica da Bíblia 
São João Damasceno (c. 675-749) 
monge, teólogo, doutor da Igreja 
Homilia para a festa da Transfiguração; 
PG 96, 545 
«Levou-os, em particular, a um alto monte» 
Outrora, no monte Sinai, o fumo, a tempestade, a escuridão e o fogo (Ex 19,16s) revelaram a extrema condescendência de Deus, anunciando que Aquele que dava a Lei era inacessível [...] e que o Criador Se fazia conhecer pelas suas obras. Agora, porém, tudo está cheio de luz e de esplendor. Porque o artífice e senhor de todas as coisas veio do seio do Pai. Não abandonou a morada que Lhe pertencia, isto é, o seu assento no seio do Pai, mas desceu para estar com os escravos, tomando a condição de servo e tornando-Se homem na sua natureza e no seu comportamento (Fil 2,7), para que Deus, que é incompreensível para os homens, pudesse ser compreendido. Por Si e em Si, Ele mostra o esplendor da natureza divina. Outrora, Deus tinha estabelecido o homem em união com a sua própria graça. Quando insuflou o espírito de vida no novo homem formado do barro, quando lhe comunicou o que tinha de melhor, honrou-o com a sua própria imagem e semelhança (Gn 1,27). Deu-lhe o Paraíso como morada e fez dele irmão dos anjos. Mas, como nós fizemos desaparecer a imagem divina debaixo da lama dos nossos desejos desregrados, o Misericordioso decidiu-Se a uma segunda comunhão connosco, muito mais segura e extraordinária do que a primeira: permanecendo na elevação da sua divindade, aceitou também o que está abaixo dela, criando em Si mesmo a natureza humana; deste modo, misturou o arquétipo com a imagem e, nela, mostrou a sua própria beleza. O seu rosto resplandece como o sol porque, na sua divindade, Ele identifica-Se com a luz imaterial; por isso, tornou-Se o Sol de justiça (Mal 3,20). Mas as suas vestes tornaram-se brancas como a neve porque receberam a glória por revestimento e não por união, por relação e não por natureza. E «uma nuvem luminosa os cobriu com a sua sombra», tornando sensível o resplendor do Espírito.

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