Evangelho segundo S. Mateus 5,13-19.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Vós sois o sal da terra. Mas se ele perder a força, com que há de salgar-se? Não serve para nada, senão para ser lançado fora e pisado pelos homens.
Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte;
nem se acende uma lâmpada para a colocar debaixo do alqueire, mas sobre o candelabro, onde brilha para todos os que estão em casa.
Assim deve brilhar a vossa luz diante dos homens, para que, vendo as vossas boas obras, glorifiquem o vosso Pai que está nos Céus.
Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim revogar, mas completar.
Em verdade vos digo: Antes que passem o céu e a terra, não passará da Lei a mais pequena letra ou o mais pequeno sinal, sem que tudo se cumpra.
Portanto, se alguém transgredir um só destes mandamentos, por mais pequenos que sejam, e ensinar assim aos homens, será o menor no reino dos Céus. Mas aquele que os praticar e ensinar será grande no reino dos Céus».
Tradução litúrgica da Bíblia
Catecismo da Igreja Católica
§§ 577-581
O cumprimento da Lei
Jesus fez uma solene advertência no início do sermão da montanha, ao apresentar a Lei dada por Deus no Sinai, aquando da primeira Aliança, à luz da graça da Nova Aliança: «Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim revogá-los, mas levá-los à perfeição» (Mt 5,17-19). [...]
Jesus, o Messias de Israel e, portanto, o maior no Reino dos céus, fazia questão de cumprir a Lei, executando-a integralmente até nos mais pequenos preceitos, segundo as suas próprias palavras. Foi, mesmo, o único a poder fazê-lo perfeitamente. [...] O cumprimento perfeito da Lei só podia ser obra do divino Legislador, nascido sujeito à Lei na pessoa do Filho. Em Jesus, a Lei já não aparece gravada em tábuas de pedra, mas «no íntimo do coração» (Jer 31,33) do Servo, o qual, proclamando «fielmente o direito» (Is 42,3), se tornou «a aliança do povo» (Is 42,6). Jesus cumpriu a Lei até ao ponto de tomar sobre Si «a maldição da Lei» (Gal 3,13) em que incorrem «aqueles que não praticam todos os preceitos da Lei» [Gal 3,10); porque «a morte de Cristo foi para remir as faltas cometidas durante a primeira Aliança» (Heb 9,15).
Jesus [...] «ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas» (Mt 7,28-29). N'Ele, era a própria Palavra de Deus, que Se fizera ouvir no Sinai para dar a Moisés a Lei escrita, que de novo Se fazia ouvir sobre a montanha das bem-aventuranças (Mt 5,1). Esta Palavra de Deus não aboliu a Lei, mas cumpriu-a, ao fornecer, de modo divino, a sua interpretação última: «Ouvistes que foi dito aos antigos [...] Eu, porém, digo-vos» (Mt 5,33-34). Com esta mesma autoridade divina, desaprova certas «tradições humanas» (Mc 7,8) dos fariseus, que «anulam a Palavra de Deus» (Mc 7,13).
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