PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA |
A festa do Reino
Um banquete para todos
S.
Mateus continua apresentando o Reino através diversas parábolas. A narrativa
sempre remete a um ensinamento e não retrata um fato. No texto corrente temos a
parábola da festa do casamento do filho do rei. O banquete é um símbolo muito
rico nas Escrituras. O rei mandou os
empregados chamarem todos. Manda dizer: “As comidas preciosas já estão prontas,
os animais preparados, tudo pronto”. Os convidados não quiseram ir. Insiste: Vinde
à festa. Além de recusarem, ainda maltratam os empregados e até matam. Continua
sendo a história do povo de Deus que não acolhe seus constantes chamados a
participar da vida plena do Reino. O rei é o Pai e o filho é Jesus que se une à
humanidade. O Pai chama para participar da festa do casamento de seu Filho que
se encarnou e se uniu a sua esposa, a humanidade. As comidas preciosas
significam as riquezas do Reino. O Reino não é uma expectativa do futuro, mas
presente. Os bens do Reino são oferecidos ao povo escolhido. Mas houve a
recusa. Então do rei diz que os convidados não foram dignos e manda que chamem
todos que encontrarem pelas ruas, os sem nome, sem títulos e sem bens. Estes
acolheram. Deus abre as riquezas do reino a todos. Deus não seleciona ao
convidar. Participar de um banquete é unir-se a quem convidou, o anfitrião,
vestindo a roupa própria, isto é, vivendo a mesma vida. Era costume, nas festas
grandes, os convidados receberem presentes, inclusive roupas preciosas. A veste
nupcial significa a participação da vida divina. Sem ela nos perdemos e somos
lançados fora.
Não
posso ir
Cada
um arranjou desculpas para não ir ao banquete. Rejeitar uma festa boa significa
recusar a pessoa que convidou. Qualquer desculpa serve. Certos convites
implicam obrigação. É a festa do Reino. O rei convida os especiais, como
dizemos: não podemos esquecer tais pessoas. E insiste diversas vezes. Mesmo
assim não adiantou. O crime de recusar e matar os empregados enviados pelo rei
é um crime contra o rei. Assim vem a vingança: morte e cidades incendiadas. A
recusa que Jesus sofreu abriu para todos a possibilidade de participar do
Reino, o que não era possível antes, por não serem do povo de Israel. As
desculpas que deram, como também Lucas escreve (Lc 14,18-20), são de ordem econômica,
afetiva e de ganância etc... Para se
justificar em não se comprometer com o Reino qualquer coisa serve. Pior de
todas as razões é a displicência do egoísmo e falta de compromisso. Para nós, Deus
serve enquanto nos serve. Por isso vemos que os pobres acolhem com
generosidade. Na Igreja sempre contaremos com os desvalidos da vida, pois abrem
o coração ao convite de Deus. Mesmo não tendo condições humanas, sabem dar a
vida. Nada perturbe nosso encontro com Deus. Não vamos perder a festa do Reino.
Um
mundo feito para todos
No
mundo atual vemos larguíssima faixa de população que não tem acesso aos bens
necessários para a vida digna. E isso não é problema. Dormimos felizes. Isaias
sonha com um banquete no monte Sião, centro da fé de Israel, aberto a todos os
povos. Jesus realiza essa profecia. Vai eliminar todo o sofrimento e dor. Isso vai acontecer se assumirmos Jesus como
nosso pastor (Sl. 22).
Chegaremos a essa segurança quando dissermos: “Tudo posso Naquele que me
conforta”... “Deus proverá com sua riqueza a todas as vossas necessidades em
Cristo Jesus” (Fl 4,13.19).
Só teremos verdadeira participação nas riquezas do Reino, se soubermos convidar
os outros partilhando a alegria do Reino. E vale a pena.
Leituras:Isaias 25,6-10ª;Salmo 22; Filipenses 4,12-14.119-20;Mateus
22,01-14
1.
Todos são convidados por Jesus ao grande banquete do
Reino. Não podemos recusar.
2.
As justificativas para recusar nos excluem.
3. Há
muitos deixados de lado no banquete da vida. Compete a nós buscá-los.
Essa festa eu não perco
Hoje choveu em nossa horta:
Primeiro, um banquete da festa de casamento do filho do rei. Depois, o profeta
fala de um banquete preparado para todos os povos. O salmo diz que Deus prepara
uma mesa para nós. Paulo ensina que Deus supre todas as nossas necessidades. O
que precisa mais?
A abundância de banquetes significa
o Reino de Deus que é oferecido a todos. Nele temos todas as belezas de coisas
gostosas. Rezamos no salmo: “O Senhor é o pastor que me conduz nada me falta”.
Para as ovelhas apresenta prados e água abundante.
O profeta afirma ainda que além da
abundância e das comidas chiques, Deus aliviará de todos os sofrimentos. “Enxugará
as lágrimas de todas as faces”. Vai ser muito bom.
Todos são chamados. Ninguém é
obrigado. Mas... Não considerar o convite e quem convidou, não é um bom
negócio. Relembra aí a história do povo que recusou os convites de Deus por
motivos fúteis. E ainda maltratam os servos enviados para convidar. É preciso estar sempre com o
uniforme na certeza que “tudo posso naquele que me conforta”.
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