PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR |
A história do Reino de Deus.
A Palavra de Deus, neste
27º Domingo do Tempo Comum, é um exame de consciência de toda Igreja, de modo
particular das autoridades, tanto civis como religiosas. É uma crítica ao modo
de se exercer o poder. Comecemos pelo Antigo Testamento: Isaías (5,1-7)
deixa-nos um magnífico texto: o cântico da vinha. “Vou cantar para meu amado o
cântico da vinha de um amigo meu: ‘Meu amigo possuía uma vinha em uma fértil
encosta... plantou mudas escolhidas... esperava que produzisse uvas boas mas
produziu uvas selvagens’. A vinha é o povo de Israel.. eu esperava deles frutos
de justiça e eis a injustiça; esperava obras de bondade e eis a iniqüidade”
(7). É a decepção de Deus. Jesus toma a imagem da vinha em Mateus
21,33-43. O profeta fala do carinho com
que Deus tratou o seu povo e não recebeu o fruto esperado. Jesus diz que esta
vinha foi confiada a meeiros. A vinha produziu, mas os responsáveis, em lugar
de dar os frutos a Deus, pegaram para si. E, pior, mataram os enviados, os
profetas, que vinham cobrar os direitos de Deus. Então, Deus envia seu Filho
Jesus e eles “jogaram-no fora da vinha e o mataram”. Lembremo-nos de que Jesus
foi morto fora da cidade. A escolha que Deus fez de Israel se frustrou no
momento máximo que foi a vinda do Filho. Não entenderam a missão que era de dar
frutos a Deus. Os chefes compreenderam que a parábola se referia a eles. Jesus
completa que o Reino, como a vinha, lhes será tirado e dado a outro que
corresponda aos sonhos de Deus.
Riscos que corremos
Somos o novo
povo de Deus. Todos temos que corresponder, pois todos somos co-responsáveis
pelo Reino de Deus. Somos responsáveis de dar pessoalmente e comunitariamente
os resultados dessa plantação a Deus. Se não assumirmos nossa missão de ajudar
o povo a produzir os frutos para Deus, nós da Igreja (padres, bispos, Papa,
etc...) e as autoridades civis como presidentes, deputados, senadores, prefeitos,
vereadores e mesmo os chefes de cada departamento, não promovermos o povo a
produzir frutos para Deus, nós corremos o risco de perdemos essa propriedade
pela qual somos responsáveis. Ele a passará a outros. Pessoalmente penso que a
sociedade se envereda pelo caminho de violência, droga, trágico e maldades sem
fim porque estão explorando o povo para si e não para Deus. A Igreja reclama
que as seitas crescem. Não será por culpa do exercício de nosso ministério que
não está bom?
Dar frutos para Deus.
Qual é nossa missão
nesse contexto? Abrir espaço para a prática da justiça. Por que salário de um
parlamentar sobe tanto e o do povo não? Não está aí uma raiz da violência e
perversidade? O povo se cria ídolos, não será porque nós não lhes mostramos o
verdadeiro rosto de Deus? O povo está desiludido porque explorado pelos
grandes. Quantos males não procedem daí? O povo perde a fé a moral, a
espiritualidade. Povos de formação cristã, estão se tornando ateus. Que
evangelização fizemos? Não faltou o testemunho de uma fé consistente? Uma Igreja e uma sociedade distantes do povo
não se comprometem com seu sofrimento nem defendem seus direitos. A parábola
está sempre a nos alertar para nossa missão junto ao povo que é a de fazer com
que produzam a justiça e a bondade.
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