Viveu em Constantinopla durante o Século XVII. Foi funcionário do governo imperial Turco Otomano antes de sua conversão.
Ahmed foi criado na religião muçulmana e tornou-se escriba da chancelaria do sultão, permitindo-lhe alcançar uma situação importante na sociedade local. Não era casado, mas vivia com uma concubina, uma escrava cristã de origem russa, a quem ele permitia ir às igrejas Ortodoxas gregas em Constantinopla.
Com o passar do tempo, Ahmed começou a perceber que, quando sua companheira voltava da igreja, ela estava mais doce e amorosa do que antes. Foi ela que, pouco a pouco, o fez descobrir a Liturgia da Igreja. Um dia, intrigado com a transformação da moça, Ahmed conseguiu permissão para assistir à celebração da Liturgia Divina pelo Patriarca grego. Devido ao seu status e à sua importância, não ousaram recusar-lhe o pedido, e Ahmed foi instalado num lugar especial durante a cerimônia.
Durante a Liturgia Divina, Ahmed percebeu que, quando o Patriarca abençoava os fiéis com seus trikiri e dikiri (candelabros com três e duas velas entrelaçadas), seus dedos "resplandeciam" aquela luz sobre as cabeças dos fiéis cristãos, mas não sobre a sua. Perturbado com este milagre, ele pediu e recebeu o santo Batismo. A partir de então, Ahmed começou a viver secretamente uma vida cristã, sendo justificado pelas passagens de II Reis 5, 7-19 e de João 3.
Não se sabe ao certo o que aconteceu no período posterior ao seu Batismo, mas provavelmente o amor de Ahmed pela concubina, que o conduziu indiretamente à fé Ortodoxa, tenha crescido. É também provável que o futuro mártir tenha encontrado um diretor espiritual (ou pai espiritual), a fim de aprender mais sobre a fé que havia adotado, e sobre o Senhor que ao qual ele começara a servir.
Ahmed precisava se vestir como cristão para poder entrar na igreja. Embora ele tenha conseguido esconder sua nova religião durante um certo período, um dia, alguns responsáveis oficiais, debatendo, perguntaram-lhe sua opinião sobre qual a melhor fé, ao que ele respondeu: "A fé cristã é a melhor" (sem dúvida a discussão em questão devia abranger o posicionamento da religião Islâmica em relação à Ortodoxia. Conta-se que um dos calígrafos do sultão, que queria tomar o lugar de Ahmed, o denunciou).
"És cristão?", perguntou-lhe um dos responsáveis calígrafos. "Sim, sou cristão", respondeu o santo, clara e firmemente, sorrindo àquele que lhe havia feito a pergunta. Ahmed foi, então preso e colocado no mesmo lugar que os presos comuns, totalmente privado de comida. Foi submetido a ínúmeras torturas da parte de seus antigos compatriotas. Ao fim de uma semana, foi conduzido ao tribunal, sendo julgado e condenado à decapitação, o que aconteceu em 3 de maio de 1682.
Tradução e Adaptação :
Gisèle Pimentel
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