PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 51 ANOS CONSAGRADO 44 ANOS SACERDOTE |
Testemunhar a Ressurreição
O Tempo Pascal celebra Jesus vivo que se manifesta aos discípulos. Há sempre a tensão entre o crer e o ver. Não é preciso ver para crer, e sim, crer para ver. Os discípulos creram e puderam ver. Essa afirmação é muito forte nos discursos de Pedro. Este discurso afirma que “Deus ressuscitou Jesus, libertando-O das angústias da morte, porque não era possível que ela O dominasse” (At 2,24). Prova pelas palavras da profecia de Davi e conclui: “Com efeito, Deus ressuscitou este mesmo Jesus e disto todos somos testemunhas. E agora, exaltado à direita de Deus, Jesus recebeu o Espírito Santo que fora prometido pelo Pai e o derramou como estais vendo e ouvindo” (At 2,32). A prova não é só a profecia, mas a própria manifestação do Espírito naquele dia de Pentecostes. Os discípulos foram privilegiados por verem Jesus, tocá-Lo, comer e beber com Ele depois da Ressurreição. Ver pela fé vai além do crer porque tocou. A comunidade tem consciência da salvação que lhe foi dada pela morte e ressurreição de Jesus. Pedro, no dia de Pentecostes, anuncia corajosamente que Aquele morto estava vivo e fora glorificado por Deus. Podemos entender o vigor da pregação dos apóstolos e o resultado pela experiência que tiveram do Ressuscitado. Essa experiência falta em nossas comunidades. Onde se baseia sua fé? Por que não existe vigor apostólico? A narrativa do encontro de Jesus com os discípulos que iam para Emaús é a explicação que conforta os discípulos que não têm mais a presença física de Jesus. João dá o consolo e mostra onde Ele se encontra.
Onde está Jesus?
Dois discípulos iam juntos para uma aldeia chamada Emaús. “Conversavam sobre todas as coisas que tinham acontecido”. Jesus aproxima-se e entra na conversa. Onde está Jesus? Na fraternidade na qual caminhamos juntos. Um é apoio ao outro. Este apoio é um modo da presença de Jesus. Os sinais dos tempos, os acontecimentos da vida são outra presença de Jesus. O mundo que está diante de nós é uma presença de Jesus que nos convida a tomar parte e dar-lhe uma direção.“Jesus explica as Escrituras” e mostra como sua Paixão, Morte e Ressurreição estavam já previstas na Palavra de Deus. Esta Palavra é uma presença preciosa de Jesus que nos orienta, esclarece e nos encaminha. A Palavra ouvida, refletida e vivida na comunidade é uma presença clara de Jesus. Um plano pastoral pode tomar esses quatro momentos e estabelecer um processo de fraternidade como ponto necessário na vida da comunidade. A comunidade não pertence ao mundo, mas vive nele, por isso é preciso estar atenta aos sinais dos tempos. Pastoral é um processo atual. A comunidade se orienta a partir da Palavra que vai conduzir à Eucaristia e anunciar.
Fica conosco, Senhor!
Chegando à aldeia convidam Jesus: “Fica conosco, Senhor, pois se faz tarde e a noite já vem chegando”. Nos momentos escuros da vida, esta presença é tão confortante! “Quando estavam à mesa, Ele tomou o pão, abençoou-o partiu e distribuiu. Então seus olhos se abriram e reconheceram Jesus”. Outra presença de Jesus é a Eucaristia na qual partimos o pão e o repartimos entre nós pela comunhão. Ele sempre faz parte de nossa vida e “faz arder nosso coração quando fala conosco”. O reconhecimento da presença de Jesus faz de nós missionários. “Eles se levantam, mesmo de noite e voltam a Jerusalém para anunciar aos outros”. Conhecer a presença de Jesus é a razão de anunciá-lo. Esta resposta de Lucas à comunidade é uma proposta de caminho para a Igreja.
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