A Igreja tem mais de 4 mil santos e beatos
proclamados. Não significa que não haja tantíssimos outros, como nos ensina a
festa de Todos os Santos. Os que são proclamados continuam com um carisma
especial para o bem da Igreja e para o aprofundamento do Mistério do Cristo do
qual são testemunhas e continuadores. Mesmo sendo de outro tempo, sua vida é
uma leitura do Evangelho que permanece aberta e pronta para maiores
aprofundamentos. Santo Afonso (1696-1787) é um santo do seu tempo, mas também
muito oportuno para nós, hoje. Não se trata de um santo milagreiro a mais, mas
de uma página do Evangelho traduzida através de sua vida e seus ensinamentos.
Não é um homem só para sua Congregação, mas para a Igreja toda. Os santos são
vivos diante de Deus que estão em ligação conosco através da Comunhão dos
Santos. Comunhão dos Santos é a comunicação de vida e de amor existente no
Corpo Místico de Cristo, do qual, vivos e mortos, fazemos parte. Todos vivemos
unidos transmitindo uns aos outros a vitalidade deste Corpo. É como o corpo
humano.
Santidade e vida.
Um primeiro aspecto da vida de Afonso, que
nos interessa hoje, é sua busca permanente de colocar Cristo como centro de sua
vida e de todas as suas atividades. Ele mesmo diz que toda a santidade consiste
em amar Jesus Cristo. Santidade não são formas exteriores, mas Cristo no
coração e na vida. Daí nascem os diverrsos modos de ser santo. Dessa fonte de
vida e inspiração, passamos ao aspecto que toca nossa vida: Nossa união a
Cristo faz de nós continuadores de sua presença e missão no mundo. Ele se torna
vivo e presente na sua missão: ser o amor misericordioso de Deus que salva e
convida a viver sua vida e seu amor. Vemos, assim, como a santidade e a ação
seja pastoral ou social são uma só e única realidade porque é o Cristo que nos
santifica enquanto deixamos que Ele continue sua missão de Redentor de todos.
Somos uma viva memória daquele carinho que Ele era e tinha para todos. A busca
de colocar Cristo no centro de nossa vida é a lição que podemos aprender deste
homem que fez de sua vida aquilo que escreve Paulo: “Meu viver é Cristo”.
Afonso e o povo sofrido.
A dimensão pastoral, social e humana que
Afonso desenvolve em sua vida é o resultado de sua união a Cristo. Ele usou
todos os meios para levar ao homem do campo o conforto da religião: deixou a
cidade grande e foi morar entre os abandonados pela Igreja e pelo Estado.
Colocou a casa dos padres e irmãos de sua Congregação ao alcance do povo, como
casa de acolhimento. Exigia deles uma vida simples e uma linguagem popular.
Escreveu livros para o povo; compunha canções religiosas populares; respeitava
sua caminhada e sua consciência; criou um sistema moral para que o povo miúdo
fosse bem orientado e bem atendido nas suas confissões, com carinho e respeito
às pessoas. Isso tudo podemos continuar fazendo, desde que nossa vida seja
coerente com nossa opção por Cristo. A opção por Cristo tem conseqüências
imediatas para nosso cotidiano. A vida de Afonso, mesmo que tenha um aspecto
“espiritual acentuado”, foi uma vida dedicada às pessoas. Afonso foi uma pessoa
que fez de si mesmo um contínuo serviço para todos.
http://padreluizcarlos.wordpress.com/
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