quarta-feira, 2 de setembro de 2020

REFLETINDO A PALAVRA -

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
52 ANOS CONSAGRADO
45 ANOS SACERDOTE
O Evangelho de Mateus compõe-se de discursos onde coleta os ensinamentos fundamentais de Jesus. Temos hoje a introdução ao discurso da Montanha. Ali, naquela colina, tendo diante de si a beleza do Mar da Galiléia, Ele dá um ensinamento que ecoa pelo mundo afora por dois mil anos. Ele, como todo mestre, assentou-se e proclamou a Nova Lei. Como Moisés que do alto do Monte Sinai trouxera e lei de Deus, Jesus também, do alto de um monte, traz a nova lei. Aquela lei fora promulgada entre raios e trovões. O povo tremia de medo. Aqui, aos pés do Mestre, todos tremiam de amor, vibravam de felicidade. Mateus em seu evangelho, depois de narrar a infância de Jesus, narra como nasce o novo homem feito à imagem e semelhança do Filho de Deus. É o Sermão da Montanha que continua a ecoar pelos cantos da terra. Quem o ouve fica feliz. E é fácil ser feliz. Basta dar estes oito passos, que na realidade é um só. 
Jesus afrontara inimigos fortes como os fariseus, saduceus, herodianos e tantos outros que o recusavam. Mas teve sempre uma palavra e um acolhimento carinhoso com os fracos, os doentes e os pobres. Não era problema social, era questão de amor. Desde o Antigo Testamento Deus deu particular atenção aos fracos. As leis protegiam os necessitados. Não sei se chegaram a ser cumpridas. Mais ainda: as esperanças do povo se concretizaram num pequeno grupo que o profeta chama de resto de Israel. Eles colocarão sua esperança em Deus. Nele se estabelece a certeza da salvação que Deus oferece. Eles acolheram Jesus. É por isso que Jesus vai descreve-los deste modo tão bonito: bem aventurados os pobres em espírito! São eles o resto fiel. Do Antigo Testamento estes abandonados continuam na preferência e na atenção que Jesus manifesta por eles. 
Jesus, na sua pregação, não mostra quais são estes pobres. Descreve que pobre será quem tem este modo de viver e pensar: pobres de espírito, aflitos, mansos, os que têm fome e sede de justiça, os misericordiosos, os puros de coração, os que promovem a paz, os que são perseguidos pela justiça. Não são 8 qualidades, é um único modo de ser. Os depositários do Reino são os que programaram a vida a partir deste modo de ver de Jesus. O que faz esta opção para sua vida, faz uma opção total. Não é uma questão política, é uma decisão de mudança fundamental na vida que vai definir todo o agir. Escolher Jesus como caminho é escolher estas bem-aventuranças como estrada. Isso é ser feliz! Seria bom que cada um examinasse sua vida e visse qual a bem-aventurança que domina sua vida.
(Leituras: Sofonias 2,3;3,12-13; 
1Corintios 1,26-31; Mateus, 5,1-12a) 
Homilia do 4º Domingo Comum. (01.02.2002)

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