Estamos refletindo sobre a Unção dos
Enfermos e a espiritualidade. Todo o sacramento, lembramos, tem seu núcleo, o
rito sacramental, com as palavras, os símbolos, o doente que o recebe e a
comunidade que acompanha. É uma celebração. Ele realiza um encontro de
santificação, isto é, por ele recebemos a graça de Deus e Lhe prestamos culto. A
Igreja quer estar junto dos doentes por meio desse sacramento. Abre-lhes os
tesouros da redenção para que vivam intensamente esse momento, por ele recebam
o perdão, o reforço na fragilidade e uma possível cura. A graça do sacramento
estimula também a comunidade a tornar presente Cristo através de sua caridade
consciente e eficiente. Podemos dizer que a parábola do samaritano é o desenho
desse sacramento: acolheu o ferido, curou as feridas, pos em seu cavalo, levou
para hospedaria, cuidou dele e deixou-o sob recomendação de que voltaria para
terminar sua obra. Caridade que vai até o fim. O sacramento vai além de rezar e
passar o óleo. Na história da Igreja, e ainda hoje, vemos tantas pessoas que
cuidaram ou cuidam dos doentes. Foram fundadas tantas congregações para isso.
Agora surgem os ministérios e serviços ao doente, como a pastoral da saúde,
terceira idade, pastoral das crianças, da visitação, Cáritas, vicentinos, ação
social etc... Isso, sem citar as estruturas de saúde. A vivência desse
sacramento leva-nos ao interesse pelos doentes. Já é uma participação do
sacramento e de sua graça redentora. Viver a espiritualidade é ser uma presença
de Jesus. Ninguém deveria estar doente grave nem falecer sem recebê-lo.
320.
Ministros da Eucaristia aos enfermos.
Depois que o leigo se aproximou mais
da Eucaristia e foi criado o Ministério Extraordinário da Distribuição da Comunhão,
muita coisa mudou. Antes, nem pensar em tocar nas hóstias, mesmo que ela lhe
grudasse no céu da boca. Era um grandíssimo respeito. Bom e necessário ainda
hoje. Mas, diante da escassez de clero, o aumento das comunhões e as necessidades
das celebrações, dos doentes e dos anciãos, houve a possibilidade de termos o
que chamamos “ministros da Eucaristia”, ajudando na falta de ministros
ordenados. O “ministro”, agora, é uma figura normal na celebração e em levar a
comunhão aos doentes. Não imaginamos o bem que realizam para milhões de pessoas
que não receberiam a comunhão se não fossem até eles. Quantas comunidades
ficariam sem comunhão! A ação de Jesus se prolonga nesse ministério. Às vezes é
única visita que o enfermo, ou o ancião recebem. É visita de Jesus, pelas mãos
do ministro.
321.
Pastoral da saúde, das crianças.
Além de levar a Eucaristia, temos as
diversas pastorais que se preocupam diretamente com a saúde das pessoas. Outra
maravilha. Pessoas que se dedicam com carinho para com os doentes em suas
casas. Procuram ajudar as crianças carentes. Salvaram tantíssimas crianças. Há
também o cuidado com os doentes: Vi, na Santa Casa de Tietê, senhoras que, à
hora da comida, vão ao hospital e dão a comida aos que não podem fazê-lo por
si. Isso é a realização do sonho de Jesus: Tive fome e me destes de comer,
doente e me visitastes. Benditas pessoas que ainda caminham na terra mas já
estão no Céu. A Unção dos Enfermos quer dar vida e saúde. Que bom se o povo
pudesse ser melhor atendido pelos meios públicos. Não será a falta de
compreender o valor desse sacramento que é Jesus salvando, curando e amando? O
serviço do leigo não dispensa o do sacerdote. Essa acomodação e ausência dos
padres na doença e na morte é criminosa. Essa presença faria um bem imenso à
família e não envergonharia a Igreja.
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