domingo, 4 de novembro de 2018

Homilia da S. de Todos os Santos (04.11.18)

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
50 ANOS CONSAGRADO
Todos os Santos
Bem-aventurados
           Celebramos a festa da família de Deus: Todos reunidos em torno do Pai comum. Essa festa lembra todos os que O acolheram em sua vida e agora vivem em sua casa. Há uma medida muito clara para saber quem é bom ou quem é mau: O coração do Pai. Como Deus é pai estimula e acolhe os filhos todos. Os mais fracos e doentes são os preferidos. O sentido dessa festa não é lembrar um santo canonizado, conhecido e comemorado, mas recordar todos os cidadãos do Céu. Todos os filhos têm direito à casa do Pai. Mas o Pai não é privilégio exclusivo, pois ali estava gente com a marca do Deus vivo. João diz:“Vi uma multidão imensa de gente de todas as nações, tribos, povos e línguas que ninguém podia contar. Estavam de pé diante do trono e do Cordeiro. Trajavam vestes brancas e traziam palmas na mão” (Ap 7,9). O Céu é aberto a todos. Todos que lá entram lavaram suas vestes no sangue do Cordeiro Jesus. Jesus é o Salvador de todos e não de um grupinho. No salmo rezamos: “Quem subirá até o monte do Senhor? ‘Quem tem mãos puras e inocente o coração, quem não dirige sua mente para o crime”’ (Sl 23). É preciso superar idéia de achar que somos os únicos herdeiros do Reino. É uma visão mesquinha para quem diz conhecer Jesus Cristo. Celebrar todos os santos é reconhecer que o caminho de santidade é para todos. a missão da Igreja é levar todos a conhecer Jesus e viver seu Evangelho de justiça, amor e paz.  Esse caminho Jesus apresenta em seu ensinamento sobre as bem-aventuranças. É o caminho fácil.
E somos filhos
A santidade a que somos chamados não provém de nossos ritos, pois tudo o que fizermos será um dom de Deus que nos dá a participação de sua vida. Somos filhos porque nos fizemos irmãos de Jesus pela fé em nosso batismo. Somos santos por dom. Para crescermos nessa opção de santidade, devemos assumir a condição de filhos de Deus e viver a participação da Vida Divina correspondendo aos dons que recebemos. Assumir o Evangelho como modo de vida implica viver como irmãos na comunidade, alimentados pela Eucaristia e ser assíduos aos ensinamentos e à fraternidade, como aprendemos da comunidade primitiva (At 2,42). A certeza que a Vida Divina cresce em nós é o desejo  e empenho de anúncio do Evangelho. Ter fé é anunciar. Há imensas possibilidades, mas é preciso que Jesus seja conhecido e amado. Ele tem a resposta a todas as questões do mundo, pois o amor de Deus pode tudo penetrar. A santidade do fiel estará em viver o evangelho e evitar aquilo que tem sabor de santidade, mas não passa de ideologia. Tudo de espiritual que buscarmos tem que corresponder ao Evangelho das bem-aventuranças.
Marcados pelo Espírito
           São João, no Apocalipse, diz o Anjo: “Não façais mal à terra, nem ao mar, nem às árvores, até que tenhamos marcado na fronte os servos de nosso Deus. Ouvi o número dos que tinham sido marcados: eram cento e quarenta e quatro mil,de todas as tribos dos filhos de Israel” (Ap 7,3-4). A marca é o sinal da escolha de Deus, a partir do batismo. Mas depois diz que havia uma multidão, como vimos. O batismo é o caminho normal da vida cristã, aberta a todos num sentido de escolhidos como testemunhas. Mas a santidade pode se encontrar em todos os que querem a prática do bem. Essa é a marca de todos. Celebrando todos os santos estamos unidos como família que celebra o Pai. Conosco está o Filho primogênito, Jesus e o Espírito que santifica e nos abre o caminho das bem-aventuranças.
Leituras: Apocalipse 7,2-4.9-14; Salmo 23; 1 João 3,1-3; Mateus 5,1-12ª
1.      O sentido dessa festa é lembrar todos os cidadãos do céu.
2.      Para crescermos na opção de santidade, devemos assumir a condição de filhos.
3.      A santidade pode se encontrar em todos os que querem a prática do bem.
Santo sem carteirinha
           Há muita história sobre o Céu. Uns colocam S. Pedro de porteiro, por isso tem chaves na mão. Afinal o sentido era outro. Mas tem chave. Outros colocam Nossa Senhora numa janela para entrar os que não podem entrar pela porta normal. Isso sem falar de algumas novelas que descrevem o Céu sem imaginação. Não dá para encarar. Não sabemos como é. Tem gente que quer organizar o Céu, mas não dá conta de organizar sua dispensa. Ou pior, sua vida.
           Na festa de Todos Santos lembramos os santos que não estão nos altares da terra.  São todos os que vivem na alegria da casa do Pai. Alegria muito grande. Entre esses estão nossos familiares. Quem não teve uma mãe santa? Eu tive também minha avó santa. Estão entre eles as pessoas que viveram no mundo desde sua criação. Quanto tempo? Milhões de anos? Quem sabe? São santos como os outros que estão no altar. Nesse assunto não dá para ter medida. Deus é o grande. Todos os demais estão nele.
           Quem está no Inferno? Como é? Quem for para lá nos conte depois.
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