domingo, 17 de dezembro de 2017

Homilia do 3º Domingo de Advento (17.12.17

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
“Voz que clama no deserto” 
Alegrai-vos!
            O terceiro domingo do Advento lembra a alegria das primeiras luzes da chegada do Senhor que está perto (Antífona de entrada).            Essa alegria é contagiante. Maria alegra-se em Deus pela misericordiosa mensagem da Encarnação. O mundo se alegra, pois o Espírito domina o Universo e realiza a profunda renovação revestindo-nos das vestes da Salvação (Is 61,10). Mudam-se as condições dos sofredores. Esse é o projeto de Deus que Jesus vem realizar e nos deixa para completá-la. O universo se renova para a vinda de Deus na pessoa de seu dileto Filho. É a proclamação do grande jubileu onde todas as coisas retornam a sua beleza, grandeza e força original. Dizemos que o mundo está mal. Deus não o vê assim, pois o Filho realizou a redenção para que tudo chegue à plenitude. Nós vemos com os olhos da humana fragilidade, Deus vê com os olhos do amor eterno. Deus não falha em seus projetos. A voz que clama do deserto o transforma num jardim florido. João testemunha a presença Daquele que está no meio de nós (Jo 1,26) e estimula a preparar o caminho. Essa palavra tão forte de João traz uma alegria. Não se espera mais. Ele já chegou. Viver o Advento é reviver essa alegria da chegada de Jesus para nos levar ao Pai e fazer memória de sua vinda no Tempo do Natal. A espiritualidade desse tempo nos estimula a ter sede da salvação e buscar o Senhor em seu mistério de Natal. João foi testemunha da luz. É o convite para também nós sabermos testemunhar a Luz.
O Espírito do Senhor sobre mim
            O profeta Isaías (61.1-11), descreve a missão do Messias anunciado por João. O retrato falado de Jesus não mostra seu rosto, pois tem a feição de cada homem e de cada mulher. A descrição é aquilo que o Espírito Santo realiza Nele: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque o Senhor me ungiu; enviou-me para dar a boa nova aos humildes. Curar as feridas da alma, pregar a redenção para os cativos e a liberdade para os que estão presos; para proclamar o tempo da graça do Senhor” (Is 11-2ª). Essas qualidades do Messias são sua veste de salvação. Com ela o Espírito reveste todos que O acolhem. É a salvação integral para todos, de modo particular para os sofredores. Uma missão só será espiritual quando for capaz de transformar as realidades que mancham a imagem de Deus em cada pessoa. Todos aqueles que esperam a vinda do Senhor serão identificados pela marca do Senhor (Ap 7,3). Esta marca não é um traço, uma letra, uma cruz, mas é o distintivo de Jesus Cristo marcado pelo Espírito: missão de dar aos pobres a boa notícia: Deus vai cuidar de vocês. A fé cristã não é um punhado de regras e dogmas, mas é revestir-se com as vestes de salvação como Jesus esteve revestido do ministério que passou para nós.
Alegria da salvação
            Continua o texto: “Exulto de alegria no Senhor e minh’alma regozija-se em meu Deus” (Is 61, 10). Essa é a unção com o óleo da alegria (Hb 1,9). A alegria da salvação reveste esse tempo do Natal que já perdeu muito para o comércio e para a idolatria da diversão. Só há Natal se for como o de Belém: Um Menino num cocho, atraindo a Si todos os que têm o coração purificado dos males do mundo.  Desconhecido, Ele se fez nosso salvador. Por isso pedimos a capacidade de chegar às alegrias da salvação e celebrá-las com intenso jubilo na solene liturgia. Nossa missão é continuar a missão de João Batista que aplainava os caminhos para a chegada do Salvador. Aplainar os caminhos é transformar nosso mundo seguindo o caminho que Jesus fez para se encarnar.
Leituras: Isaias 61,1-2ª.10-11; Cântico: Lucas 46ss; 1 Tessalonicenses 5,6-24; João  1,6-8.19-28 
1.  O Advento cultiva a alegria da vinda do Senhor.
2.  O Espírito nos reveste com as vestes da salvação que são as atitudes de Cristo.
3.  Nossa missão é aplainar os caminhos como o fez João. 
            Mudando de roupa           
João veio para dar testemunho da luz para que todos chegassem à fé por meio dele. João se põe como aquele que anuncia o Messias. Sabe de sua missão e de seu lugar. Ele era um homem do deserto, vestindo pele de camelo. Homem da natureza rústica. Sua fé é um rochedo. Por isso Jesus o admirava e muito.
Ele usava uma roupa rústica, havia mudado para expressar seu total desapego. A roupa que esse domingo nos sugere é a roupa da alegria porque se aproxima o Natal. Com o Espírito Santo que conduzia Jesus, se alegra e põe as vestes da salvação porque a conversão ao que vem exige profundas mudanças que geram alegria. Cantamos o cântico de Maria no momento do salmo responsorial. É um hino de alegria.
Paulo convida a uma permanente alegria.
O Espírito promove essa alegria a todos que esperam a vinda de Cristo no fim dos tempos em sua vinda no Natal. 

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