Alegrai-vos!
O
terceiro domingo do Advento lembra a alegria das primeiras luzes da chegada do Senhor
que está perto (Antífona
de entrada). Essa alegria é contagiante.
Maria alegra-se em Deus pela misericordiosa mensagem da Encarnação. O mundo se
alegra, pois o Espírito domina o Universo e realiza a profunda renovação
revestindo-nos das vestes da Salvação (Is 61,10). Mudam-se as condições dos sofredores. Esse é o
projeto de Deus que Jesus vem realizar e nos deixa para completá-la. O universo
se renova para a vinda de Deus na pessoa de seu dileto Filho. É a proclamação
do grande jubileu onde todas as coisas retornam a sua beleza, grandeza e força
original. Dizemos que o mundo está mal. Deus não o vê assim, pois o Filho
realizou a redenção para que tudo chegue à plenitude. Nós vemos com os olhos da
humana fragilidade, Deus vê com os olhos do amor eterno. Deus não falha em seus
projetos. A voz que clama do deserto o transforma num jardim florido. João
testemunha a presença Daquele que está no meio de nós (Jo 1,26) e estimula a preparar o
caminho. Essa palavra tão forte de João traz uma alegria. Não se espera mais.
Ele já chegou. Viver o Advento é reviver essa alegria da chegada de Jesus para
nos levar ao Pai e fazer memória de sua vinda no Tempo do Natal. A
espiritualidade desse tempo nos estimula a ter sede da salvação e buscar o
Senhor em seu mistério de Natal. João foi testemunha da luz. É o convite para
também nós sabermos testemunhar a Luz.
O Espírito
do Senhor sobre mim
O profeta Isaías (61.1-11), descreve a missão do Messias
anunciado por João. O retrato falado de Jesus não mostra seu rosto, pois tem a
feição de cada homem e de cada mulher. A descrição é aquilo que o Espírito
Santo realiza Nele: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque o Senhor me
ungiu; enviou-me para dar a boa nova aos humildes. Curar as feridas da alma,
pregar a redenção para os cativos e a liberdade para os que estão presos; para
proclamar o tempo da graça do Senhor” (Is 11-2ª). Essas qualidades do Messias são sua veste de
salvação. Com ela o Espírito reveste todos que O acolhem. É a salvação integral
para todos, de modo particular para os sofredores. Uma missão só será
espiritual quando for capaz de transformar as realidades que mancham a imagem
de Deus em cada pessoa. Todos aqueles que esperam a vinda do Senhor serão
identificados pela marca do Senhor (Ap 7,3). Esta marca não é um traço, uma letra, uma cruz, mas é
o distintivo de Jesus Cristo marcado pelo Espírito: missão de dar aos pobres a
boa notícia: Deus vai cuidar de vocês. A fé cristã não é um punhado de regras e
dogmas, mas é revestir-se com as vestes de salvação como Jesus esteve revestido
do ministério que passou para nós.
Alegria
da salvação
Continua
o texto: “Exulto de alegria no Senhor e minh’alma regozija-se em meu Deus” (Is 61, 10). Essa é a
unção com o óleo da alegria (Hb 1,9). A alegria da salvação reveste esse tempo do Natal que
já perdeu muito para o comércio e para a idolatria da diversão. Só há Natal se
for como o de Belém: Um Menino num cocho, atraindo a Si todos os que têm o
coração purificado dos males do mundo.
Desconhecido, Ele se fez nosso salvador. Por isso pedimos a capacidade
de chegar às alegrias da salvação e celebrá-las com intenso jubilo na solene
liturgia. Nossa missão é continuar a missão de João Batista que aplainava os
caminhos para a chegada do Salvador. Aplainar os caminhos é transformar nosso
mundo seguindo o caminho que Jesus fez para se encarnar.
Leituras: Isaias
61,1-2ª.10-11; Cântico: Lucas 46ss; 1 Tessalonicenses 5,6-24; João 1,6-8.19-28
1. O
Advento cultiva a alegria da vinda do Senhor.
2. O
Espírito nos reveste com as vestes da salvação que são as atitudes de Cristo.
3. Nossa
missão é aplainar os caminhos como o fez João.
Mudando de roupa
João veio para
dar testemunho da luz para que todos chegassem à fé por meio dele. João se põe
como aquele que anuncia o Messias. Sabe de sua missão e de seu lugar. Ele era
um homem do deserto, vestindo pele de camelo. Homem da natureza rústica. Sua fé
é um rochedo. Por isso Jesus o admirava e muito.
Ele usava uma
roupa rústica, havia mudado para expressar seu total desapego. A roupa que esse
domingo nos sugere é a roupa da alegria porque se aproxima o Natal. Com o
Espírito Santo que conduzia Jesus, se alegra e põe as vestes da salvação porque
a conversão ao que vem exige profundas mudanças que geram alegria. Cantamos o
cântico de Maria no momento do salmo responsorial. É um hino de alegria.
Paulo convida
a uma permanente alegria.
O Espírito
promove essa alegria a todos que esperam a vinda de Cristo no fim dos tempos em
sua vinda no Natal.
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