Evangelho
segundo S. Mateus 25,1-13.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos a seguinte
parábola: «O reino dos Céus pode comparar-se a dez virgens, que, tomando as
suas lâmpadas, foram ao encontro do esposo. Cinco eram insensatas e cinco eram prudentes. As insensatas, ao tomarem as suas lâmpadas, não levaram azeite consigo, enquanto as prudentes, com as lâmpadas, levaram azeite nas almotolias. Como o esposo se demorava, começaram todas a dormitar e adormeceram. No meio da noite ouviu-se um brado: ‘Aí vem o esposo; ide ao seu encontro’. Então, as virgens levantaram-se todas e começaram a preparar as lâmpadas. As insensatas disseram às prudentes: ‘Dai-nos do vosso azeite, que as nossas
lâmpadas estão a apagar-se’. Mas as prudentes responderam: ‘Talvez não chegue para nós e para vós. Ide antes
comprá-lo aos vendedores’. Mas, enquanto foram comprá-lo, chegou o esposo. As que estavam preparadas
entraram com ele para o banquete nupcial; e a porta fechou-se. Mais tarde, chegaram também as outras virgens e disseram: ‘Senhor, senhor,
abre-nos a porta’. Mas ele respondeu: ‘Em verdade vos digo: Não vos conheço’. Portanto, vigiai, porque não sabeis o dia nem a hora».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Sermão 93
«No meio da noite»
As dez virgens quiseram, todas elas, ir ao
encontro do esposo. Que significa ir ao encontro do esposo? É ir com o coração,
é viver na expetativa da sua chegada. Mas ele tardava a vir e elas adormeceram.
[...] Que significa isto? Há um sono a que ninguém pode escapar. Recordai
aquelas palavras do apóstolo Paulo: «Não queremos, irmão, que ignoreis o que o
que diz respeito aos que dormem» (1Tes 4,12), isto é, aos que morreram. [...]
Elas adormeceram todas. Pensais que a virgem prudente pode escapar à morte?
Não, sejam elas prudentes ou insensatas, todas têm de passar pelo sono da morte.
[...]
«No meio da noite ouviu-se um brado». Que quer isto dizer? Que é quando ninguém
pensa, quando ninguém espera... Ele virá quando menos pensarmos nisso. Porque
vem Ele assim? Porque «não vos compete conhecer o tempo ou a hora que o Pai
fixou na sua autoridade» (At 1,7). «O dia do Senhor», diz o apóstolo Paulo,
«virá como um ladrão em plena noite» (1Tes 5,3). Vigiai, pois, durante a noite,
para não serdes surpreendidos pelo ladrão. Porque, que queirais quer não, o
sono da morte virá necessariamente. [...]
E, no entanto, isso só acontecerá quando se ouvir um grito no meio da noite.
Que grito é este? É aquele de que o apóstolo Paulo diz: «Num instante, num
piscar de olhos, ao som da última trombeta. Porque a trombeta soará e os mortos
ressuscitarão incorruptíveis e nós seremos transformados» (1Cor 15,52). Após
aquele grito que ressoou no meio da noite: «Aí vem o esposo», que acontecerá?
«Levantaram-se todas».
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