PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA |
No Tríduo Pascal temos o primeiro dia que é a
Celebração da Paixão e Morte do Senhor. É um dia em que não há missa, pois a
missa de hoje é aquela do Calvário. Participamos da missa eterna onde Cristo,
vítima, altar e sacerdote, se oferece ao Pai pelo mundo de todos os tempos. Ele
é o mediador da nova e eterna aliança concluída no seu sangue. Com este sangue
lavou todas nossas culpas e em seu corpo, véu do novo santuário, entramos em
aliança com Deus. Pagou pelos nossos pecados. Resgatou-nos da dívida e por nos
deu perfeita glória ao Pai e completa salvação a todos nós. Na celebração da Sexta
feira Santa temos 4 partes: leituras, oração universal, adoração da Cruz, e
comunhão eucarística.
A Palavra introduz-nos em todo o mistério da
Paixão do Senhor para recordar e viver este dom de salvação realizado em Cristo. O profeta Isaias
já nos explica quem é este que morre na cruz: é o servo sofredor, homem das
dores, desfigurado, carregou nossos sofrimentos, por suas chagas ele nos cura.
Deus se agradou de sua oferta e lhe dá a luz. Por Ele somos justificados.
Jesus, em todo seu mistério de morte resume sua intenção nas palavras: Pai, nas
vossas mãos entrego meu espírito. Grande e santa vontade de Deus que Ele aceita
e obedece ao extremo do amor pelo Pai e pelo mundo. A carta aos Hebreus
descreve-o como o sacerdote que viveu em tudo nossa condição humana, menos o
pecado, e assim se tornou capaz de compadecer-se de nossas dores. Por isso
aproximemo-nos com confiança deste trono de graça onde poderemos receber ajuda
no tempo oportuno.
São palavras ricas de vida, pois nos trazem o
amor total de Deus pela humanidade. Deus está morto! Este grito, no
entendimento dos evangelistas, fez cair trevas sobre a terra, fender as rochas,
e despertar os mortos. Céus e terra se aterrorizam diante de tamanho espetáculo
de dor e de amor. Para salvar o servo, Deus não poupa seu Filho predileto e
único. Por isso S.Paulo vai dizer: Gregos querem sabedoria, judeus querem
milagres! Mas nós pregamos Cristo sacrificado. O que era loucura para os homens
é sabedoria de Deus. Somente nele encontramos salvação.
No mundo vemos
crescer o ateísmo, a maldade, a morte e descrença. Fazemos religiões a nosso
gosto, como os pagãos faziam deuses a sua imagem. Os deuses do poder, do prazer
e do dinheiro aumentam seus domínios sob os mais diversos nomes, até
falsificando a Deus, em nome de Deus. Mas nós, beijando a Cruz reverentemente.
Elevamos nossa oração por todas as necessidades do mundo e por todos os homens
para que tenham vida tranquila, se convertam e vivam no amor e fraternidade.
Recebendo nesta celebração a Eucaristia, reafirmamos
nossa fé na morte de Cristo e na sua ressurreição. Celebramos a morte de Cristo
com a presença de Cristo Ressuscitado presente no meio de nós. Nada mais nos
resta fazer que abraçar sua cruz e caminhar por sua estrada de entrega ao Pai e
aos irmãos, unidos à Mãe das Dores.
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