Evangelho segundo S. João 20,1-9.
No primeiro
dia da semana, Maria Madalena foi de manhãzinha, ainda escuro, ao sepulcro e viu
a pedra retirada do sepulcro. Correu então e foi ter com Simão Pedro e com o
discípulo predileto de Jesus e disse-lhes: «Levaram o Senhor do sepulcro, e não
sabemos onde O puseram». Pedro partiu com o outro discípulo e foram ambos ao
sepulcro. Corriam os dois juntos, mas o outro discípulo antecipou-se,
correndo mais depressa do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro. Debruçando-se, viu as ligaduras no chão, mas não entrou. Entretanto,
chegou também Simão Pedro, que o seguira. Entrou no sepulcro e viu as ligaduras
no chão e o sudário que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não com as
ligaduras, mas enrolado à parte. Entrou também o outro discípulo que chegara
primeiro ao sepulcro: viu e acreditou. Na verdade, ainda não tinham
entendido a Escritura, segundo a qual Jesus devia ressuscitar dos mortos.
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do
dia:
Homilia atribuída a São João Crisóstomo (c. 345-407),
presbítero de
Antioquia, bispo de Constantinopla, doutor da Igreja
Liturgia ortodoxa da
Páscoa
Que todo o homem piedoso e amigo de Deus
goze esta bela e luminosa festa! Que todo o servo fiel entre com júbilo na
alegria do seu Senhor! (Mt 25,23) O que carregou o peso do jejum venha agora
receber a sua recompensa. O que trabalhou desde a primeira hora receba hoje o
seu justo salário (Mt 20,1s). O que chegou depois de passada a terceira hora
celebre esta festa na ação de graças. O que chegou depois da sexta hora não
tenha receio, não ficará prejudicado. Se alguém tardou até à nona hora,
aproxime-se sem hesitar. Se houver quem se atrasou até à décima primeira hora,
não tenha medo da sua preguiça, porque o Senhor é generoso e recebe o último
como o primeiro [...], exerce misericórdia sobre aquele, mas cumula este. Dá a
um e agracia o outro. [...]
Assim, pois, entrai todos na alegria do
vosso Senhor! Primeiros e últimos [...], ricos e pobres [...], os que vigiaram e
os que se deixaram dormir [...], vós que jejuastes e vós que não jejuastes,
alegrai-vos hoje! O festim está pronto, vinde todos (Mt 22,4)! O vitelo gordo
está servido, que ninguém se vá embora com fome. Saciai-vos todos no banquete da
fé, vinde servir-vos do tesouro da misericórdia. Que ninguém lamente a sua
pobreza, porque o Reino chegou para todos; que ninguém chore as suas faltas,
porque o perdão brotou do túmulo; que ninguém receie a morte, porque a morte do
Salvador dela nos libertou. Aquele que a morte tinha agarrado destruiu-a, Aquele
que desceu aos infernos despojou-os. [...]
Isaías tinha-o predito ao
dizer: «O inferno ficou consternado quando te encontrou» (14,9). O inferno ficou
cheio de amargor [...] porque foi arruinado; humilhado, porque foi entregue à
morte; esmagado, porque foi aniquilado. Apoderou-se de um corpo e viu-se diante
de Deus; agarrou-se à terra e encontrou o céu; apropriou-se do que via e foi
derrotado por causa do invisível. «Ó morte, onde está o teu aguilhão? Inferno,
onde está a tua vitória?» (1Cor 15,55). Cristo ressuscitou e tu foste arruinado!
Cristo ressuscitou e os demónios foram precipitados! Cristo ressuscitou e os
anjos estão em júbilo! Cristo ressuscitou e já não há mortos nos túmulos, porque
Cristo, ressuscitado dos mortos, Se tornou as primícias dos que tinham
adormecido. A Ele a glória e o poder pelos séculos dos séculos! Ámen.
Nenhum comentário:
Postar um comentário