Cada vez mais
entramos no santuário do amor para compreender as riquezas insondáveis que Deus
colocou no coração humano. Em cada nicho desse santuário novas belezas
enriquecem a vida. Como o Papa Francisco
nos ensina em sua Exortação Apostólica – Amoris Laetitia (AL) (Alegria do Amor) - aprendemos a ver as
alegrias e riquezas do amor. Recomenda que “no matrimônio convém cuidar da
alegria do amor. A alegria se distingue da busca desenfreada do prazer que não
permite encontrar outros tipos de satisfações. “A alegria expande a capacidade
de desfrutar e permite-nos encontrar prazer em realidades variadas, mesmo nas
fases da vida em que o prazer se apaga... A alegria dilata a amplitude do
coração. “A alegria matrimonial pode ser vivenciada mesmo em meio aos
sofrimentos” (AL 126).
“Esse amor de amizade chama-se caridade quando aprecia o valor sublime
do outro” (AL 127). Esse valor vai além da beleza
exterior e faz ver o desejo egoísta. É preciso sair de si para olhar com amor.
Papa Francisco faz uma descrição da necessidade de olhar o outro. A ausência do
olhar destrói o relacionamento e anula as pessoas. O olhar contemplativo na
alegria se delicia com o bem do outro. A alegria renova-se no sofrimento.
Depois do sofrimento se pode perceber o quanto valeu o amor na sua intensidade
de acolhimento e de participação no sofrimento do outro. Papai dizia: “sua mãe
foi uma grande companheira”. Ela dizia: “De vez em quando é preciso de por um
pouco de água benta” isto é, deixar passar o momento difícil.
1787. Casar por
amor
Faço uma observação pessoal:
“muito casamento não dá certo porque a pessoa casa-se consigo mesma”. A união
conjugal no sacramento do matrimônio é uma instituição que não prejudica o
amor, diz o Papa. Certamente sabemos que o amor é muito mais que um
consentimento externo, ou contrato, mas um modo de dar ao matrimônio uma
configuração visível na sociedade e expressa a pertença de um ao outro. É um
passo, uma definição de vida. É um sinal externo do compromisso interior. “Semelhante
opção pelo matrimônio expressa a decisão real e afetiva de transformar dois
caminhos em um só” (AL 132). O sim do matrimônio é a entrega
sem reservas nem restrições. Há uma promessa que é expressão do desejo de se
entregar totalmente pelo outro, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença.
Ao dizer “eu te prometo ser fiel”, compreende a fidelidade não só de não buscar
outra pessoa, mas de ser fiel no exercício de todos os dons do sacramento. Amar
e respeitar são dons dessa entrega. As palavras não são pedido de compromisso
do cônjuge, mas um compromisso pessoal. O compromisso é vida e não recitação de
um texto.
1788. Três palavrinhas só
Papa Francisco, didaticamente, diz que bastam três palavrinhas para manter o amor sempre vivo: “com licença, obrigado, desculpa”. É o respeito pela individualidade do outro, o reconhecimento de sua pessoa, vida e a força de buscar sempre um caminho melhor quando se danificou o rotineiro. Assim poderá haver o crescimento no amor. Quando se diz de um casamento falido: “quebrou o cristal”, se está reconhecendo que não se casou por amor ao outro, mas pôs o outro a seu serviço. O amor é como uma planta que quando mais cresce, mais frutos dá. Todo amor é um apelo a um amor maior. Esse é o amor Divino. O amor nunca será perfeito. Será um caminho de constante crescimento. Como somos limitados, limitado é o amor. O limite não é uma cerca, mas um estímulo ao um crescimento maior. O limite é o infinito.
https://padreluizcarlos.wordpress.com/
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