A Beata Cristiana de Santa Cruz, batizada com o nome de Oringa, nasceu em Santa Croce sull'Arno entre 1237 e 1240 em uma família de condições humildes.
Amante da pureza, desde cedo tentou manter a mente e o coração puros por meio de todos os tipos de mortificações e de uma oração contínua. Desde a infância ela mostrava interesse pela vida religiosa e pela oração, que praticava com dedicação especial enquanto estava sozinha cuidando das ovelhas. Ela desejava dedicar-se ao Senhor e não queria se casar.
Tendo perdido os pais, fugiu de casa para escapar dos maus tratos constantes dos irmãos que queriam casá-la contra a sua vontade; indo para Lucca, ela se colocou a serviço de um rico senhor do lugar.
Depois de algum tempo, Oringa deixou a cidade para, com algumas companheiras, para fazer uma peregrinação ao santuário de São Miguel Arcanjo no Gargano. No caminho de volta, ela parou em Roma, hospedando-se em casa de uma senhora de nome Margarida, que ficou admirada com suas virtudes: foi durante a sua estadia em Roma que, devido aos exemplos de caridade cristã que ela constantemente oferecia, passou a ser chamada pelo nome de Cristiana, nome pelo qual ficou conhecida para sempre.
Ao visitar com Margarida o túmulo de São Francisco de Assis, o Senhor mostrou-lhe numa visão a fundação de uma casa religiosa em sua terra natal. Tendo conseguido uma casa para esta finalidade, oferecida pela cidade, em 24 de dezembro de 1279 ali se retirou com algumas companheiras, fundando assim o Mosteiro de Santa Maria Novella, colocado pela fundadora sob a Regra de Santo Agostinho e canonicamente reconhecido em 1296.
Atingida por uma grave doença, após três anos de sofrimentos atrozes e quase imobilizada por uma paralisia, Cristiana encerrou a sua jornada terrena em 4 de janeiro de 1310. Sepultada na igreja de seu mosteiro, imediatamente se tornou objeto de veneração por seus conterrâneos, que em grande número visitavam os seus restos mortais e invocavam a sua proteção.
Para honrar a memória da Beata, o município de Santa Croce declarou o 4 de janeiro como dia festivo, a elegeu sua patrona principal e ordenou que a sua efígie figurasse no escudo da cidade ao lado da arma tradicional.
Depreende-se de uma carta do Bispo de Lucca, Alexandre Guiduccioni (15 de dezembro de 1587) que Sisto V havia aprovado naquele ano o culto prestado a Cristiana desde tempos imemoriais, culto que foi reconhecido oficialmente por um decreto da Sagrada Congregação dos Ritos em 15 de junho de 1776 (limitado, no entanto, à cidade de Santa Croce), aprovando a concessão do Ofício e da Missa em honra da Beata, estendida para toda a Ordem Agostiniana em 1777. Sua festa é celebrada no dia 4 de janeiro.
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