quinta-feira, 5 de novembro de 2020

REFLETINDO A PALAVRA - “A paciência de Deus é amor”.

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
52 ANOS CONSAGRADO
45 ANOS SACERDOTE
Jesus falava em parábolas.
Eram estorinhas bonitas, mas sobretudo repletas das verdades do Reino de Deus. As parábolas são um catecismo que nos introduz na vida do Reino de Deus, isto é, coloca-nos com Jesus nesta força transformadora do mundo que é o amor de Deus. Hoje, continuando a leitura das parábolas do Reino, ouvimos diversas parábolas que revelam a força de crescimento que tem este Reino, como nos conta a parábola da semente de mostarda e do fermento. A parábola da semente que meditamos no domingo passado diz que ela cresce em terra boa. A força deste crescimento pertence à vida que a semente tem em si. Assim o Reino tem uma força interior que depende somente de Deus. 
Esta plantação é feita no mundo onde há também a semente do maligno. Esta parábola é explicada por Jesus com detalhes. Ele é o Filho que planta a boa semente no campo que é o mundo. Estas sementes são aqueles que pertencem ao Reino. O Maligno também planta sua semente. Os ceifeiros são os anjos. A colheita é o fim dos tempos. Os anjos retirarão do Reino todos os que fazem os outros pecar e os que praticam o mal. Depois os lançará na fornalha ardente. Os justos brilharão no Reino de seu Pai. Esta é a história do Reino de Deus no mundo: como uma plantação. 
O cristão deve saber crescer num mundo adverso ao Reino de Deus. É preciso ser bom, mesmo quando o mundo é mau. Esta parábola mostra de maneira muito clara que nossa vida não é um mar de rosas, mas rosas em um mar revolto. A sabedoria não é destruir o mal, mas viver nele e ser a força do fermento na massa que cresce e modifica a situação. É preciso a paciência de deixar a má semente existir ao lado da gente. No momento da colheita é que se dará a separação. Não se trata de concordar ou justificar os que praticam o mal. Mas crescer juntos ate´o momento da colheita, como diz a parábola. A finalidade desta espera é dar tempo para a conversão. Então conhecemos a paciência de Deus, que é amor, que dá oportunidade, oferece os meios e remédios para que haja a transformação. Neste ponto entramos em outra parábolas onde o Bom Pastor vai em busca da ovelha perdida, e como verdadeiro médico, procura os doentes. Jesus na última ceia pede que Deus não “os tire do mundo, mas que os liberte do maligno” (Jo 17,15). A primeira leitura explica o procedimento de Deus: “dominando tua própria força, julgas com clemência e nos governas com grande consideração” (Sab 12,18). 
A parábola da semente de mostarda e do fermento esclarece-nos que o Reino de Deus é pequeno, frágil como uma sementinha. O crescimento vem de dentro e é potente a ponto de não poder ser detido. Uma semente de eucalipto chega a ser uma árvore de dezenas de metros. No cristão esta força interior é o Espírito Santo “que vem em socorro de nossa fraqueza... e intercede dentro de nós com palavras que não sabemos dizer”. 
(Leituras: Sabedoria 12,13.16-19; 
Romanos 8,26-27; Mateus 13,24-43)
Homilia do 16º domingo do Tempo Comum
EM JULHO DE 2002

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