Evangelho segundo São Lucas 14,1.7-11.
Naquele tempo, Jesus entrou, num sábado, em casa de um dos principais fariseus para tomar uma refeição. Todos O observavam.
Ao notar como os convidados escolhiam os primeiros lugares, Jesus disse-lhes esta parábola:
«Quando fores convidado para um banquete nupcial, não tomes o primeiro lugar. Pode acontecer que tenha sido convidado alguém mais importante do que tu;
então, aquele que vos convidou a ambos, terá que te dizer: ‘Dá o lugar a este’; e ficarás depois envergonhado, se tiveres de ocupar o último lugar.
Por isso, quando fores convidado, vai sentar-te no último lugar; e quando vier aquele que te convidou, dirá: ‘Amigo, sobe mais para cima’; ficarás então honrado aos olhos dos outros convidados.
Quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado».
Tradução litúrgica da Bíblia
São Francisco de Sales (1567-1622)
bispo de Genebra, doutor da Igreja
Palestra 5
«Quem se humilha será exaltado»
A humildade não consiste apenas em desconfiarmos de nós mesmos, mas também em confiarmos em Deus; a desconfiança de nós e das nossas próprias forças produz a confiança em Deus, e desta confiança nasce a generosidade de espírito. Nossa Senhora, a Santíssima Virgem, deu-nos um exemplo notável disto quando pronunciou estas palavras: «Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra» (Lc 1,38). Quando diz que é a serva do Senhor, demonstra uma enorme humildade, tanto mais que opõe o que diz aos louvores que o anjo lhe dirige: que será Mãe de Deus, que o Menino que sairá do seu ventre será chamado Filho do Altíssimo, uma dignidade maior do que se poderia imaginar; ora, ela opõe, como eu dizia, a todos estes louvores e grandezas a sua baixeza e a sua indignidade, afirmando que é a serva do Senhor. Mas reparai que, após ter prestado tributo à humildade, tem de imediato uma atitude de enorme generosidade ao dizer: «Faça-se em mim segundo a tua palavra».
É certo, queria ela dizer, que não tenho qualquer capacidade para receber esta graça, tendo em consideração o que sou; mas na medida em que aquilo que é bom em mim pertence a Deus e em que aquilo que me dizes é a sua santa vontade, creio que pode fazer-se e se fará; e, sem a mínima hesitação, diz: «Faça-se em mim segundo a tua palavra».
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