terça-feira, 5 de setembro de 2023

EVANGELHO DO DIA 5 DE SETEMBRO

Evangelho segundo São Lucas 4,31-37. 
Naquele tempo, Jesus desceu a Cafarnaum, cidade da Galileia, e ali ensinava aos sábados. Todos se maravilhavam com a sua doutrina, porque falava com autoridade. Encontrava-se então na sinagoga um homem que tinha um espírito de demónio impuro, que bradou com voz forte: «Ah! Que tens que ver connosco, Jesus de Nazaré? Vieste para nos destruir? Eu sei quem Tu és: o Santo de Deus». Disse-lhe Jesus em tom severo: «Cala-te e sai desse homem». O demónio, depois de o ter arremessado para o meio dos presentes, saiu dele sem lhe fazer mal nenhum. Todos se encheram de assombro e diziam entre si: «Que palavra esta! Ordena com autoridade e poder aos espíritos impuros e eles saem!». E a fama de Jesus espalhava-se por todos os lugares da região. 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Diádoco de Foticeia(400)bispo 
Cem capítulos sobre o conhecimento, 
78-80, na Filocalia 
«Cala-te e sai desse homem» 
O batismo, banho de santidade, lava as manchas do pecado, mas não altera a dualidade da nossa vontade, nem impede que os espíritos do mal nos combatam ou nos enredem nas suas ilusões. Mas a graça de Deus tem a sua morada nas profundezas da alma, ou seja, no entendimento. Com efeito, diz-se que a filha do rei e as donzelas suas amigas «são conduzidas entre júbilo e regozijo e dão entrada no palácio do rei» (Sl 44,16), não se mostrando aos demónios. Quando nos recordamos de Deus com fervor, sentimos brotar o desejo do divino no fundo do nosso coração; mas, nessa altura, os espíritos malignos atacam os sentidos corporais e aí se ocultam, aproveitando o relaxamento da carne. Desta forma, o nosso interior rejubila continuamente na lei do Espírito (cf Rom 7,22), como diz o divino apóstolo Paulo, mas os sentidos da carne desejam deixar-se levar pela propensão para os prazeres. «A luz brilha nas trevas e as trevas não se apoderaram dela» (Jo 1,5): o Verbo de Deus, verdadeira luz, no seu incomensurável amor pelo Homem, considerou oportuno manifestar-Se à criação em carne e osso, acendendo em nós a luz do seu conhecimento divino. O espírito do mundo não acolheu o desígnio de Deus, isto é, não O reconheceu. No entanto, como maravilhoso teólogo, o evangelista João acrescenta: «A Palavra era a luz verdadeira, que ilumina todo o homem que vem ao mundo. Estava no mundo e o mundo por meio dela surgiu; mas o mundo não a conheceu. Veio para o que era seu, mas os seus não a acolheram. Mas a todos quantos a receberam deu-lhes poder de se tornarem filhos de Deus» (9-12). Quando diz que o mundo não recebeu a verdadeira luz, o evangelista não se refere a Satanás, que é estranho a essa luz, visto que a rejeitou desde o início. Com esta afirmação, São João acusa justamente os homens que compreendem os poderes e as maravilhas de Deus, mas, devido ao seu coração obscurecido, não querem aproximar-se da claridade do seu conhecimento.

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