terça-feira, 3 de novembro de 2020

REFLETINDO A PALAVRA - “A força da Palavra”.

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
52 ANOS CONSAGRADO
45 ANOS SACERDOTE
São Paulo
, na carta aos Romanos 8,18, tem uma afirmação que muito nos conforta: “Os sofrimentos do tempo presente não têm comparação com a glória que será revelada em nós” Isso não justifica que devamos sofrer. Mas, a força para crescer na fé, no acolhimento da Palavra, no cumprimento de nossos compromissos com Deus, terá como feliz resultado, uma imensa felicidade que não se compara a nada neste mundo. Acrescenta ainda, que nossa felicidade será partilhada pela natureza que, pelo pecado do homem, foi também atingida. Ela também espera a sua libertação. A restauração, que a Redenção faz no Universo, é total. 
Esta renovação e restauração do Universo não é um acontecimento repentino estonteante de beleza, mas o lento crescimento de uma semente que é lançada à terra e produz fruto, de acordo com a terra onde é lançada. Em nós, acontecerá de acordo com a abertura de cada um ao acolhimento desta Palavra. Este acolhimento é explicado por Jesus através da parábola da semente que é plantada em diversos tipos de terra. Há terrenos difíceis, por serem pedregosos; há os terrenos de espinheiros e há a terra boa. A semente sempre tem a força de nascer e crescer. O que se exige é que a terra colabore. Assim acontece com a Palavra. Se for bem acolhida, os frutos serão abundante se garantidos. 
Jesus é o semeador. Sua semente é a Palavra que Ele lança com abundância em todos nós, na esperança de poder colher cem por um. A Palavra de Deus lançada no campo de nossa vida, em nós, é semeada com entusiasmo pelo Semeador. Este gesto de lançar a semente é colocado em paralelo com a chuva que vem do alto. O profeta Isaias faz esta comparação entre a Palavra que sai da boca de Deus e a chuva. Assim como a chuva tem um ciclo completo de descer do céu, molhar a terra, fazer germinar, produzir o fruto e o alimento, assim é a Palavra que não volta para Deus, sem antes ter realizado toda a vontade de Deus. Deste modo, a Palavra que recebemos e acolhemos, mesmo na fragilidade, tem sempre um efeito completo em nós: produz fruto. Dependendo da terra, de nosso acolhimento, a colheita é grande. 
Há situação difícil anotada pelo profeta Isaías e citada por Jesus: a rejeição à Palavra, isto é, a rejeição ao Semeador. Ela produz cegueira, surdez e fechamento do coração. Atinge a pessoa no seu ser total. Não ouve, não vê e não compreende. O chamamento desta liturgia da Palavra é para uma total abertura a Deus para que se possa produzir frutos. O fechamento que temos por opção, é prejudicial a nós e aos outros. Nós nos tornamos terra deserta que não produz fruto. Deste modo os outros não receberão a riqueza que somos e temos a compartilhar. A vida vale a pena ser vivida, pois ela constrói uma maravilha: “Os olhos jamais viram, os ouvidos jamais ouviram e o coração do homem jamais imaginou o que Deus preparou para aqueles que Ele ama”. 
(leituras: Isaias 55,10-11; 
 Romanos 8,18-23; Mateus 12,1-23) 
Homilia do 15º domingo do Tempo Comum 
EM JULHO DE 2002

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