O terceiro domingo do Advento
está em paralelo ao 4º domingo da Quaresma por sua nota de alegria muito grande
pelas festas que se aproximam, como reza a oração da missa: “Dai-nos chegar às
alegrias da salvação e celebrá-las com intenso júbilo na liturgia”. Paulo
exorta os cristãos de Filipos: “Alegrai-vos sempre no Senhor, eu repito
alegrai-vos... O Senhor está perto” (Fl 4,4). É a ressonância pascal, sempre
presente em todos os tempos litúrgicos. O motivo da alegria é que o Senhor está
perto. O tempo do Advento é um tempo privilegiado do Espírito que dá a beber
das alegrias da salvação (Is 12,3). O aparecimento de João Batista suscita a
esperança da chegada do Messias. Lucas constata: “O povo estava na expectativa
e todos se perguntavam se João não seria o Messias” (Lc 3,15). O Espírito que
gera o Messias no seio de Maria, gera no povo a abertura para recebê-lo. A
alegria ressoa na anunciação a Zacarias e Maria. O Anjo diz a Maria: “Alegra-te
cheia de graça” (Lc 1,28). A Zacarias ele dissera: “Terás alegria e regozijo, e
muitos se alegrarão com seu nascimento” (Lc 1,14). Aos pastores dizem os Anjos:
“Eis que vos anuncio uma grande alegria que será também para todo o povo:
nasceu-vos hoje um Salvador” (Lc 2,1011). É a unção com o óleo da alegria (Sl
45,8). Esse domingo, chamado de domingo da alegria, deve invadir a comunidade
na expectativa da festa do Natal. A celebração do Natal realiza em nós as
maravilhas da salvação (oração sobre as oferendas). A primeira leitura proclama
a alegria de Jerusalém, pois Deus é o libertador: “Alegra-te e exulta e alegra
de todo o coração, cidade de Jerusalém” (Sf 3,17).
O Senhor revogou a sentença
contra ti
O
tempo do Advento se caracteriza pela salvação enviada por Deus à humanidade
através de seu Filho amado. O Anjo avisa José sobre o nascimento de Jesus e diz
que lhe deve dar um nome que indica sua missão: “Ela dará à luz um filho e tu
lhe porás o nome de Jesus, pois ele salvará seu povo de seus pecados” (Mt 1,21).
O nome Jesus, em hebraico – Yehoshu’á – significa: Yahveh salva. Salvação vai
além de perdoar pecados, é acolher uma presença. Citando Isaias (7,14), Mateus
completa o significado da salvação: “Seu nome será Emanuel, o que traduzindo
significa ‘Deus está conosco’” (Mt 1,23). Curiosamente Sofonias dá os dois
sentidos à salvação: “O Senhor revogou a sentença contra ti, afastou teus
inimigos; o rei de Israel é o Senhor, Ele está no meio de ti, nunca mais temerás
o mal” (Sf 3,15). A salvação liberta dos pecados e nos introduz na intimidade
com Deus – “porque é grande em vosso meio o Deus santo de Israel” (Is 12,6).
O que
devemos fazer?
João Batista é um profeta cheio
do Espírito Santo, desde quando Maria visitou sua mãe Isabel (Lc 1,44). A vida
austera do deserto preparou seu coração para dar o testemunho de como se devia
viver a espera do Messias. Tem consciência de que se prepara sua vinda com uma
vida justa. Curiosamente não exige que as pessoas saiam de sua realidade, mas
que convertam seu modo pecaminoso e explorador de viver para um relacionamento
justo com os irmãos. Assim defende os enfraquecidos sem defesa. Não se deixa
levar pela vaidade de ser considerado o grande Messias, mas reconhece seu
lugar. Anuncia o batismo com o Espírito Santo e com o fogo que purifica e
transforma. João convida-nos a acolher o alegre anúncio de conversão para
preparar a vinda do Messias em seu nascimento e na sua vinda para instaurar o
reino definitivo.
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