Nas proximidades de Barcelona, numa localidade chamada Bagá, nasceu no dia 10 de setembro de 1883 o pequeno Mateus. No dia seguinte foi batizado na igreja do povoado. Seus pais, ao todo, tiveram nove filhos e Mateus era o sexto. Desde a infância o pequenino ficava impressionado pelas festividades da Semana Santa que, em geral, é celebrada ainda hoje em muitos lugares da Espanha com grandes procissões e participação do povo. Após alguns caminhos tortuosos – sua mãe morreu em 1897 e para ele foi um grande golpe – ele entrou no seminário da diocese no ano de 1898. Graças ao apoio de uma tia, ele conseguiu fazer todos os estudos previstos para quem desejava se tornar presbítero. Ao longo dos anos e durante as férias escolares ele foi tomando conhecimento e se aproximando dos Missionários Filhos do Coração Imaculado de Maria, uma congregação fundada por Santo Antônio Maria Claret – por esse motivo, mais conhecidos como “claretianos”. Em 1902 se dirigiu à casa geral da congregação e um mês após sua chegada, no dia 14 de agosto, assumiu o hábito e iniciou seu noviciado. No ano seguinte emitiu seus votos e, após terminar os estudos, foi ordenado em 1911 em Saragoça. Iniciou sua vida no ministério sacerdotal e desempenhou as mais variadas funções, sempre se destacando por sua piedade e zelo apostólico. Em 1934 era o superior da casa dos claretianos em Sabadell, Barcelona. Aí pode acompanhar todos os tristes episódios da história da Espanha e que iriam redundar na trágica guerra civil espanhola. No dia 19 de julho de 1936, com a guerra e a perseguição aos católicos, a comunidade de Padre Mateus se espalhou procurando refúgio nas casas consideradas seguras. No dia 4 de agosto, uma patrulha acabou capturando Padre Mateus e o levou para a prisão. Na cadeia, encontrou outros membros de sua comunidade, todos presos sob acusação de serem religiosos. Um mês depois, no dia 4 de setembro, vários milicianos armados chegaram na prisão. Fizeram com que todos os prisioneiros saíssem e fossem colocados dentro dos caminhões que estavam à espera. Testemunhas disseram que esses caminhões com os religiosos eram saudados na rua pelas pessoas aos gritos de “Viva Cristo Rei, Viva o Sagrado Coração de Jesus!”. Foram fuzilados sumariamente num local distante para não chamar a atenção. O cadáver de Padre Mateus foi sepultado no cemitério de São Quirico de Terrasa (mais tarde foi levado para a igreja do Sagrado Coração de Maria, em Sabadell). A beatificação desse grupo de mártires ocorreu no dia 21 de outubro de 2017, na basílica da Sagrada Família.
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