quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

REFLETINDO A PALAVRA - “A Mãe do Ressuscitado”.

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
53 ANOS CONSAGRADO
45 ANOS SACERDOTE
Rainha dos Céus, alegrai-vos, Aleluia!
 
Bela canção para saudar a Mãe do Ressuscitado. Na Paixão encontramos Maria de pé junto à cruz. O evangelho não teme dizer: “Estava Maria, sua Mãe de pé!”. Não escondeu a Mãe na dor do Filho. Ela participa integralmente de seu sacrifício. “Uma espada de dor transpassará tua alma”, já profetizara Simeão no dia da apresentação de Jesus no templo (Lc 2,35). A dor de Maria é um critério de discernimento para os que seguem de verdade a Jesus: “para revelar os corações” (Lc 2,35). Ali se revela o coração da Mãe: em adesão total ao Filho. Quem aceita Jesus tem que passar pela atitude de Maria: aceitar o Filho no máximo de sua humilhação, participando de sua morte. Sem morte não há ressurreição.
Maria viu Jesus ressuscitado?
A Mãe do Crucificado foi a mesma que o trouxe no seio. É a mesma que Ele dá ao discípulo como geradora dos novos filhos. É a mesma que o recebe ressuscitado. Podemos perguntar: Maria viu Jesus depois da Ressurreição? Jesus apareceu diversas vêzes aos discípulos e uma vez a mais de 500 discípulos. O Evangelho acentua que são aparições às testemunhas qualificados para que sejam os anunciadores. Mas entre seus discípulos sempre estará presente a mãe, ainda mais que estava aos cuidados de João. Ele é símbolo dos discípulos que nascem do sangue da Cruz redentora que fecunda Maria, Mãe dos redimidos. A bíblia não fala de uma aparição a Maria, mas podemos até dizer que não fala porque era muito natural que tivesse se encontrado com Ele. 
Relação de Maria com o Filho. 
Qual o conhecimento – compreensão - que Maria tinha da morte de Jesus? Como na Encarnação teve que agir na fé, agora também está a dizer: seja feita a vontade de Deus. Com Jesus, também se entrega ao Pai: “Nas vossas mãos entrego o meu espírito”. Está no silêncio da dor e da morte, como o Filho. No silêncio da fé se alegra com seu retorno. Como os olhos dolorosos se cruzaram no Calvário, agora se cruzam no brilho da alegria. O Filho, que não rompera seu seio ao nascer, não rompe também o amável colóquio amoroso que sempre teve com ela. A gente fica imaginando Jesus saindo da sepultura e indo direto à Mãe para com ela se alegrar, pois era um filho normal, mesmo sendo ressuscitado. As aparições certamente se deram com a sua presença. Como não temos nada sobre a vida de Jesus dos 12 aos 30, não temos nada nos 40 dias após a ressurreição. Por que? Por que o que era normal e natural, o evangelho já supõe que os discípulos saibam. Mas por que aparece a outras mulheres? Elas têm um caráter simbólico da fé que amadurece e expressa realidades que são novas.. 
Maria e a Igreja. 
A atitude de Maria é a atitude da Igreja: ao celebrar o mistério alegra-se porque o Senhor Ressuscitou, aceita-o e faz dEle sua vida. Maria agora se torna o centro, pois em Pentecostes está com eles. É a Igreja que espera o Espírito. Aquele abraço que o Filho e Mãe se dão na manhã da Ressurreição é o mesmo que você pode dar a Maria no seu afeto por ela. E pode dizer: Rogai por nós. Ela é a Corredentora, é a intercessora. Não a tire de sua vida. Ela é a alegre mãe do ressuscitado. É sua alegre mãe.
ARTIGO REDIGIDO E PUBLICADO 
EM MAIO DE 2003

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