Neste
tempo pascal temos um ensinamento mais intenso sobre a Ressurreição. Depois de
refletir, nos domingos anteriores, sobre a presença de Cristo na pregação dos
apóstolos (Jo 21,1-11)
e sobre o seguimento dos discípulos que ouvem a voz do pastor (Jo 10,27), somos
instruídos sobre a união dos discípulos com Cristo na comunidade. As ovelhas ouvem
sua voz e seguem-no constituindo o rebanho, isto é, a comunidade dos redimidos.
Cristo está presente na comunidade: “Esta é a morada de Deus entre os homens”
lemos no Apocalipse (Ap
21,3). Ela, constituída após a pregação dos apóstolos, continua na vida
futura como lemos na descrição da cidade futura junto com o Cordeiro (Ap 21,2) e, no
momento presente, ela é edificada pelo amor. Na Ceia, Ele nos ensinou o amor. O
amor não é a novidade, sim o modo como amar. A novidade do mandamento está “no como vos amei” (Jo 13,34). Jesus usa a imagem do serviço de lavar os pés
como explicação de seu amor por nós. Este serviço é sua missão de redenção. É
esse o modo de vida que veio implantar o amor de Deus no mundo. Este é o modo
de ser comunidade-Igreja, e esta é a força transformadora do Reino. Infelizmente,
nem sempre o amor é o critério que orienta a vida e organização da Igreja. É
por isso que ela perde tanto seu vigor.
Testemunho da comunidade
O amor é o testemunho fundamental que os discípulos
podem dar. Jesus Ressuscitado continua vivo na vida da comunidade. Ela é “morada
de Deus entre os homens” (Ap
21.3). A vida de amor na comunidade é a identidade do discípulo: “Nisto
todos conhecerão que sois meus discípulos se tiverdes amor uns aos outros” (Jo 13,35). A
modalidade do amor está no como deve ser exercido: “Como eu vos amei” (34). O amor vai além
do sentimento e atinge a vida como dom oferecido para que haja vida em Cristo. O
amor que Cristo ensina tem seu ponto de partida no imenso amor do Pai dedicado
ao Filho e por Ele manifestado ao mundo. Há uma união dos discípulos com Deus
que se realiza a modo esponsalício: “Eu serei o seu Deus e eles serão o meu
povo” (Lv 26,12;Ap
21,3). Amar como Cristo amou resulta sempre em passar pelo que Ele
passou. Este é o testemunho do sofrimento. A comunidade não perde a dimensão do
martírio: “É preciso passar por muitos sofrimentos para entrar no Reino de
Deus” (At 14,22).
Cristo testemunha o amor sendo fiel até ao extremo do fel. O amor nunca foi
fácil.
Vida em amor
Deus, no monte
Sinai, estabeleceu uma aliança com o povo e a garantiu com os dez mandamentos.
Jesus, em a Nova Aliança selada com seu sangue, garante-a com um mandamento, o seu: “Eu vos dou um novo mandamento:
amai-vos uns aos outros como eu vos amei” (34). Para realizar este
amor, constitui seus seguidores em comunidades nas quais florescesse o amor. Os
apóstolos constituíram essas comunidades. Para João, o Céu é a continuação dessas
comunidades. É o novo céu e uma nova terra que se iniciam agora aqui na terra.
Não há diferença entre a Igreja e a nova comunidade. A vida da comunidade é
realizada pelo Espírito que nela age. Ela é o sacramento do Espírito Santo. A
comunidade é chamada a permanecer na fidelidade, mesmo quando for difícil. Em
cada Eucaristia esta comunidade está reunida e anuncia a implantação do Reino
do amor.
https://padreluizcarlos.wordpress.com/
https://padreluizcarlos.wordpress.com/
Nenhum comentário:
Postar um comentário