Evangelho segundo S. João 13,1-15.
Antes da
festa da Páscoa, sabendo Jesus que chegara a sua hora de passar deste mundo para
o Pai, Ele, que amara os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim. No
decorrer da ceia, tendo já o Demónio metido no coração de Judas Iscariotes,
filho de Simão, a ideia de O entregar, Jesus, sabendo que o Pai Lhe tinha
dado toda a autoridade, sabendo que saíra de Deus e para Deus voltava, levantou-Se da mesa, tirou o manto e tomou uma toalha, que pôs à cintura. Depois, deitou água numa bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a
enxugá-los com a toalha que pusera à cintura. Quando chegou a Simão Pedro,
este disse-Lhe: «Senhor, Tu vais lavar-me os pés?». Jesus respondeu: «O que
estou a fazer, não o podes entender agora, mas compreendê-lo-ás mais tarde». Pedro insistiu: «Nunca consentirei que me laves os pés». Jesus
respondeu-lhe: «Se não tos lavar, não terás parte comigo». Simão Pedro
replicou: «Senhor, então não somente os pés, mas também as mãos e a cabeça». Jesus respondeu-lhe: «Aquele que já tomou banho está limpo e não precisa de
lavar senão os pés. Vós estais limpos, mas não todos». Jesus bem sabia quem
O havia de entregar. Foi por isso que acrescentou: «Nem todos estais limpos». Depois de lhes lavar os pés, Jesus tomou o manto e pôs-Se de novo à mesa.
Então disse-lhes: «Compreendeis o que vos fiz? Vós chamais-Me Mestre e
Senhor, e dizeis bem, porque o sou. Se Eu, que sou Mestre e Senhor, vos
lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros. Dei-vos o
exemplo, para que, assim como Eu fiz, vós façais também».
Da
Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Santa Catarina de Sena (1347-1380),
terceira dominicana, doutora da Igreja, co-padroeira da Europa
Diálogo, 134
Tomou um cálice […], dizendo: […] «Este é o meu sangue, […], que vai
ser derramado por muitos em remissão dos pecados» (Mt 26,28)
Ó amor inestimável! Ao revelares-me os teus
segredos, deste-me o remédio doce e amargo que me cura a minha enfermidade, que
me arranca à minha ignorância e à minha negligência. Reaviva o meu zelo e
enche-me de um ardente desejo de recorrer a Ti. Mostraste-me a tua bondade e
também os ultrajes que recebeste de todos os homens, incluindo os teus
ministros. Fazes-me derramar lágrimas por mim própria, pobre pecadora, e por
estes mortos que vivem miseravelmente, Tu, bondade infinita. [...] Peço-Te
instantemente: tem misericórdia do mundo e da tua santa Igreja!
Oh,
como sou pobre, como sofre dolorosamente a minha alma, por causa do mal que fiz.
Não demores, Senhor, em mostrar misericórdia ao mundo, permite a realização dos
desejos dos teus servos. [...] Eles querem esse sangue em que lavaste a
iniquidade e apagaste a mancha do pecado de Adão. Esse sangue tornou-se nosso
desde que nos banhaste nele; e Tu não queres nem podes negá-lo a quem To pede
verdadeiramente. Dá, pois, o fruto desse sangue às tuas criaturas. […] É por
esse sangue que elas Te suplicam que uses de misericórdia para com o mundo.
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