Martirológio Romano: Em Londres, Inglaterra, o Beato João Felton, mártir, que, cruelmente despedaçado perto da Catedral de São Paulo por ter exibido publicamente a bula de excomunhão emitida pelo Papa São Pio V contra a Rainha Elizabeth I, realizou gloriosamente seu martírio invocando o nome do Salvador.
Originário de Norfolk, ele vivia com a família na Abadia de Bermondsey, perto de Southwark. Tendo recebido uma cópia da Bula de excomunhão da Rainha Elizabeth do banqueiro florentino em Londres, Ridolfo Ridolfi, e solicitado a divulgá-la ao público, ele se dispôs, independentemente do risco que corria, e a pendurou na porta do palácio do Bispo [cismático] de Londres em 25 de maio de 1570. Esse ato ousado lançou a cidade em tumulto, mas ele, embora instado a fugir, permaneceu em casa aguardando a prisão e o desejado martírio.
Em 4 de agosto de 1570, levado perante o tribunal, confessou seu ato, aproveitou a oportunidade para declarar e confirmar sua fé na supremacia espiritual do Papa e, como testemunha protestante que descreve seu julgamento e martírio em um relatório publicado naquele mesmo ano, "tornou-se um traidor da rainha ao negar sua supremacia espiritual". Ele repetiu essas palavras diversas vezes durante sua prisão aos seus adversários, que tentaram de todas as maneiras fazê-lo recobrar o juízo e pedir perdão à rainha, e novamente enquanto se preparava para a forca. Naquele momento, sentiu-se tomado por um violento espasmo de terror, mas rapidamente se recuperou com um grande esforço de vontade e, apontando o dedo para a porta do bispo, disse: "Pendurei naquela porta a carta do Sumo Pontífice contra as reivindicações da rainha. E agora estou pronto para morrer pela fé católica!" E para demonstrar, no entanto, que não guardava rancor contra a rainha, tirou do dedo um anel cravejado de um diamante precioso, avaliado em quatrocentas libras, e o entregou ao Conde de Sussex, que estava presente, para que o entregasse à rainha. Foi enforcado e esquartejado em 8 de agosto de 1570 e, como testemunha sua filha Francesca, enquanto o carrasco já lhe apertava o coração arrancado do peito, ouviu-o invocar o nome de Jesus duas vezes mais. Seu culto foi reconhecido em 29 de dezembro de 1886.
Fonte:
Biblioteca Sanctorum
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