terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

EVANGELHO DO DIA 16 DE FEVEREIRO

Evangelho segundo São Marcos 8,14-21. 
Naquele tempo, os discípulos esqueceram-se de arranjar comida e só tinham consigo um pão no barco. Então Jesus recomendou-lhes: «Tende cuidado com o fermento dos fariseus e o fermento de Herodes». Eles discutiam entre si, dizendo: «Fala assim porque não temos pão». Mas Jesus ouviu-os e disse-lhes: «Porque estais a discutir que não tendes pão? Ainda não entendeis nem compreendeis? Tendes o coração endurecido? Tendes olhos e não vedes, ouvidos e não ouvis? Não vos lembrais quantos cestos de bocados recolhestes, quando Eu parti os cinco pães para as cinco mil pessoas?». Eles responderam: «Doze». «E quantos cestos de bocados recolhestes, quando reparti sete pães para as quatro mil pessoas?». Eles responderam: «Sete». Disse-lhes então Jesus: «Não entendeis ainda?». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
São Vicente de Lérins(450)monge 
Commonitorium, 23 
«Ainda não entendeis nem compreendeis?» 
Na Igreja de Cristo, poderá haver progresso na doutrina? Com certeza que tem de haver, e progresso considerável! Quem seria tão ciumento dos homens e inimigo de Deus que tentasse opor-se a ele? Mas com a condição de se tratar de verdadeiro progresso, e não de uma alteração da fé. É necessário que a inteligência, a ciência e a sabedoria cresçam e progridam fortemente em cada um e em todos, em cada homem e na Igreja inteira, ao longo dos anos e dos séculos; mas é preciso que progridam segundo a sua própria natureza, quer dizer, na mesma doutrina, no mesmo sentido, na mesma afirmação. Que a religião das almas imite o desenvolvimento dos corpos: apesar de evoluírem e crescerem ao longo dos anos, permanecem o que eram. Há uma grande diferença entre o desabrochar da infância e os frutos da velhice, mas é a mesma pessoa que passa da infância à idade maior. É um só e mesmo o homem cuja estatura e maneiras se modificam, enquanto ele conserva a mesma natureza, enquanto ele permanece uma só e a mesma pessoa. Os membros dos bebés são pequenos, os dos jovens são grandes; são, contudo, os mesmos, que existiam já em potência no embrião. Do mesmo modo, a fé cristã deve seguir estas leis do progresso para se fortificar com os anos, para que o tempo a desenvolva e a idade a enobreça. Os nossos pais semearam o trigo da fé para a colheita da Igreja. Seria injusto e chocante que nós, os seus descendentes, em vez do trigo da verdade autêntica, recolhêssemos o erro fraudulento do joio (cf Mt 13, 24ss.). Pelo contrário, é justo e lógico que não haja desacordo entre os primórdios e o fim, e que recolhamos este trigo que se desenvolveu depois de ser semeado. Assim, para que uma parte das primeiras sementes evolua com o tempo, será conveniente fertilizá-las e aperfeiçoar o seu cultivo.

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